ELLEN
Não sou gajo para desejar o mal a ninguém mas sou gajo para me importar menos - ou nada - com os infortúnios daqueles que entendo estarem a pedi-los.
...esta coisa da Ellen é um desses casos.
Além de não pertencer à demografia alvo do programa da Ellen, nunca gostei daquilo. Nunca gostei dela.
Achava o monólogo sofrível; achava as entrevistas paternalistas e, muitas vezes, desagradáveis para o entrevistado; achava aquilo de dançar apenas estúpido.
...e também não gostava dela.
Não via ligação emocional alguma - e o programa era SÓ sobre isso - e desconfiei da bondade em todas as esquinas.
Reparem: eu não vejo programas com epifanias e lições de vida e merdas; não preciso de esperança fácil nem de exemplos de papel para criar moldes para a forma como encaro os dias. MAS a rainha destas cenas era a Oprah e a Oprah conseguia uma ligação e empatia que a sua versão OMO nunca atingiu.
Aqui, permitam-me mais honestidade:
farto-me de dizer que as pessoas com imenso sucesso não são o que se pode chamar de boa pessoa.
É só ver o documentário do Michael Jordan; É saber como funcionava o Schumacher; É entender como trabalha o Mourinho; É estudar o que fazia e como fazia o Jobs e por aí fora.
Por isso, ainda que considere a Oprah mais genuína e mais bem intencionada, não tenho qualquer dúvida que a gente que trabalha para e com ela tem de andar na linha e as pessoas que põe as outras na linha não são o que há-de considerar impecável.
Então, obviamente, não lhe levo - à Ellen - a mal ter rédea curta nas gentes e não ser apreciada por isso.
MAS...
a Ellen beneficia (agora, não antes, claro) da sua orientação sexual e passava uma mentirosa imagem de ser super woke.
A Ellen faz parte integrante e entusiasta do believe women e de todas as modas extremas de pseudo-igualdade e pseudo-bondade e pseudo-liberal.
...e, agora, a cancel culture que alimentou virou-se contra ela. E ainda bem.
Quando o karma funciona, o destino da Ellen é o destino de todos os moralistas.
E eu detesto moralistas.
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