Veneno
Prefiro que me matem a que me retirem o veneno....o que acabaria por dar no mesmo.
Desde muito novo, porque nasci e cresci na selva, descobri o valor que tem ser predador e não presa, o assassino e não o alvo, o agressor e não a vítima.
Cada vez que ligo a televisão ou o rádio sou bombardeado por "pedidos" de "vamos melhorar o mundo" e "temos de construir o amanhã".
BAH!
O hoje é o amanhã de ontem e anteontem já se pedia que o futuro fosse melhor. Deu em alguma coisa?
Não consigo perceber o prazer de se dizer o que parece bem e o que os outros quererão ouvir.
Será que é a vontade de passar por querubim quando se tem o diabo dentro do corpo?
Há, ciclicamente, umas campanhas de angariação de não sei quê e uma recolha de fundos pra não sei onde.
Aparece a Caras, aparece a RTP e os programas de merda cor de rosa (que envergonhadamente vejo ehehehe) e é "o acontecimento"! Depois da festa e da publicidade...aquilo era pra quê mesmo?
cri...cri...cri (os grilos...a única coisa que se ouve)
Depois tem o pequeno detalhe em que não quero viver num mundo perfeito (ainda que o conceito seja quimérico).
Não tenho paciência para a ideia de paz (não no sentido bélico da coisa), não tenho saco pra andar por aí paradinho à espera que Deus deixe cair qualquer coisa do céu.
Sou predador e assim quero continuar.
Posso nunca vir a ser o rei da selva...mas quero ter a possibilidade de tentar.
Posso ter muitos desgostos com o mundo mas quero ter a oportunidade de ter alegrias.
Quero ter a possibilidade de me distinguir da multidão.
Não...o veneno não me tiram!
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