Friday, October 06, 2006

Doom


Um destes dias fui ao casino.

Gosto do ambiente, gosto da envolvência, gosto do clima de tudo ou nada, gosto da bebida, gosto do ar empestado de fumo... gosto de lá ir.

Antes do mais, digo claramente que eu não jogo!
Não porque ache chato, não acho.
Não porque ache errado, cada vez vejo menos as coisas assim.

A cada dia que passa me identifico mais com a doutrina chacun a son gout (nem vou verificar se escrevi bem, ideias valem mais do que palavras...apesar de erros ortográficos serem detestáveis), tento, dentro do possível, respeitar, ou melhor, não me intrometer nos prazeres dos outros, aliás, detesto que se intrometam nos meus.

O motivo pelo qual eu não jogo é simples: os vícios são meus irmãos.
Até hoje nunca gostei de nada pela metade e quando me pegam não me largam.

Comecei a fumar aos 18 (dá pra ser mais idiota?) e agora queimo mais de um maço por dia.
Toquei a primeira vez em álcool aos 16 (todos os meus amigos bebiam já) e agora, apesar de não ter um problema com a bebida, gosto mais dela do que devia.
Poucas coisas me são mais prazerosas que o mundano e a boemice...onde se mete o jogo.

Naquele ambiente, as únicas pessoas que me preocupavam eram as que não estavam lá.

Vi o trolha a foder o ordenado, o carpinteiro também, o médico a mesma coisa... e os desgraçados que dependem deles? E a mulher dele que também trabalha e também ela vê o dinheiro que ganha ir com o caralho sem qualquer proveito? E o filho dele que vai precisar de umas sapatilhas e terá de esperar pelo mês que vem...se ele chegar?

Doi-me este dano colateral.
Doi-me a displicência.
Doi-me quem se fode e nada fez para isso.

Se o tipo passa fome mas é só ele que sofre com isso...tranquilo.
Se o tipo vai ter um ataque cardiaco porque desbundou o seu vencimento...não me incomoda.

Agora quem não sabe por que motivo lhe doi o cú...isso é triste...

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