Tuesday, January 02, 2007

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Ontem vi mares revoltos serem acalmados por um vento agreste e seco.
Terei, eventualmente, visto o que nunca achei possível acontecer.
O que torna as coisas mais estranhas, sinuosas e de impossível compreensão ainda mais emaranhadas em fios de cetim amarelo.
Pareceu-me, há tempos atrás, que existiria um estado surumbático agradável de estabilidade.
Não estava preocupado com o facto de a calmaria ser boa ou má.... queria apenas que a rede não balançasse, queria apenas que a maré não enchesse nem vazasse, queria tão somente que não variasse.
Cheguei a cegar-me.
Cheguei a acreditar no que os meus ovidos viam.
Cheguei a deixar a âncora deitar-se na areia.
Deixei de perceber o que queria, hoje é ainda um mistério maior do que ontem.
A solução seria, será, é, deveria ser, gostava que fosse, queria querer que fosse.... deixar que a terra escorresse dos meus poros e se ficasse pelo chão...
....mas quantas vezes acho que no chão já estou eu...

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