Friday, December 29, 2006

Renascimentos e Falecimentos


Tava aqui a pensar nestas duas coisas.
O trabalhão que me ia dar se houvesse um renascer e um falecer no sentido figurado da coisa (porque no real é tranquilo).
Sou vários num só.
Tento, e consigo, manter a coisa sob controle mas que não tenho um nem dois nem três eus isso não tenho.
Agora que estava a atentar em pormenores descobri, ou melhor, constatei que só neste blog sou 3.
Fenris, o tipo que ataca a jugular ao menor indício de irritação.
Kaiser Soze, o tipo ligeiramente (ou nem tão ligeiramente quanto isso) altivo esquivo e enganador (dissimulado seria mais adequado mas não quis crucificar-me).
Eu, aquele que faz introspecção e que, a espaços, se permite sentir desconfortável (não é possível sofrer e nem deprimir....porque sempre que parece que isso irá acontecer o Kaiser humilha cinicamente um ou outro ou o Fenris trata de partir pró pescoço).
Além destes 3 há mais uns quanto que juntos não resultam no meu Eu, que é, também ele autónomo, mas na carcaça que se presta a teclar e a deambular pelas ruas.
Agora, se todos estes decidissem renovar-se e começar de novo e tal eu tava era fodido, não ganhava pros funerais nem pros psicólogos que teriam de curar as minhas neuroses.
Pior é que eu gosto desta multiplicidade, diverte-me quando nada mais há pra me divertir.
Pior é que é confuso pra uns, execrável pra outros, instigante pra uns (no caso será mais umas), estranho pra outros....
A verdade é que me cansam as pessoas sem texturas.
Nunca fui capaz de entender a beleza da linearidade e da previsibilidade.
Se eu não tivesse prazer e gosto na multiplicidade penteava-me.

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