Thursday, April 12, 2007


Até quando...

Não sinto o sonho a crescer em mim porque não acredito que ela vá acontecer.
Uma vez ou outra, porém, só dou por ele quando se desmorona.
Vou-me olhando para outro lado, vou-me distraindo, vou fazendo coisas diversas.... e enquanto deixo rolar, os alicerces vão-se instalando nas traseiras e passo a gostar da nova divisão da casa.

Depois chega o previsível tsunami e vai tudo com a puta que pariu.

Até à data sempre saí incolome de desilusões e desgostos, nunca chorei nem nunca me senti frustrado ou particularmente triste.
A dúvida sobre a força ou a fraqueza de levar assim o tempo existe e é visível mas prefiro nem sequer olhar, prefiro nem sequer questionar, prefiro manter-me isolado.

A questão que hoje se me coloca, por força de acontecimentos e não de uma vontade de responder em movimento de reflexão, é até quando eu vou aguentar isto.
Em que momento vou ser preseguido pelo que destruo, em que momento os fantasmas deixarão de se esconder e decidirão segurar-me pelo braço, em que momento me paralisarei, em que momento deixarei de andar no ar e terei de pensar em pessoas, em que momento a Grota de Ipanema cantada por Astrud Gilberto e acompanhada ao sax por Stan Getz deixará de ser um som para uma ocasião e passará a ser a banda sonora constante e repetitiva.

Não sei se serei um veterano de guerra cujos cadáveres que foi deixando pelo caminho lhe corroerão a alma.
Não sei se permitirei sequer Be amazed by the way you love me.

Hoje, como em milhares de outras horas em milhões de outros momentos, não posso ficar deitado, não posso lamber feridas, não posso esperar passar... tenho um dia ocupadíssimo em que estes minutos que perco a escrever me farão muita falta.

Solução?
Bem... se responder por experiência adquirida direi que sou burro como o caralho, fui um iludido e isso não voltará a acontecer.

Infelizmente não é verdade, no entanto, terei de trabalhar rapidamente o auto convencimento, não tenho tempo para sangrar.

Até quando...

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