Só quero...
O pessoal sofre demais, sente demais, preocupa-se demais, é dramático demais... e pede de menos.
Cada um sente a dor como muito bem entende ou da forma que consegue sentir.
Impossível avaliar de fora o que sente uma outra pele quando tocada por um espinho.
Chega a ser ridículo o entendo-te que se ouve por todas as artérias do corpo.
O horizonte quando tocado deixa de o ser e torna-se em mais um ponto de satisfação instantênea e passageira, um prato feito em micro ondas que enche mas que não sabe a nada.
Não me chega ter um outro corpo que me aqueça a cama, consigo fazer isso sem ajuda, na verdade, tenho até mais espaço o que torna o descanso ainda mais descansado.
Quando tudo que se quer é ter alguém a vida não é acção mas antes espera.
Pior, uma espera que parece que se movimenta quando se encontra quem não é. Depois é ver que estamos na mesma paragem, à espera do mesmo autocarro, a olhar pro mesmo relógio que não anda, com os mesmos sapatos presos ao chão e nada mudou, apenas o desespero aumentou.
Quando penso em algumas pessoas que conheço (pensar...movimento arriscado em si mesmo) constato que um dos motivos pelo qual as caminhadas delas terminam frequentemente em ilusão de movimento e em solidão acompanhada é a ideia que alguém as tem ou as vai fazer feliz.
O peso de ser responsável pela felicidade alheia atrofia o musculo que uniria as pessoas porque o escrutínio é dendo demais.
Caralho, o coração não bate fora do corpo (por muito lirismo que se abata sobre a mente) e esta gente acha que o bem estar vai aparecer na esquina.
Não querem a partilha mas transmitir para as mãos de outro o lápis que irá carregar a linha do mapa que se quer seguir.
O que se quer está lá para ser entregue e não conquistado.
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