Adaptação
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As coisas a que as pessoas se adaptam são, verdadeiramente, surpreendentes...
A capacidade de encarar a anormalidade como normal e vice versa é incrível.
As pessoas acostumam-se a horários, a cargos, a levar na cara dos maridos, a receber cornos das mulheres, a embebedaram-se com respiram, a escrever compulsivamente num blog, a telefonar diariamente a Y ou a Z... basicamente a tudo.
Estranho é, também, que só se larga uma coisa ou outra com uma ruptura, um qualquer acontecimento que faça o copo transbordar.
Estranho é, ainda, que o que faz o copo transbordar é, as mais das vezes, uma merda que, aparentemente, não é relevante de forma alguma.
Muitas vezes sinto uma semelhança imensa entre as pessoas que quebram um hábito, normalmente nefasto, e o mudo que, de repente, descobriu que consegue falar.
O que acontece?
O mudo torna-se extremamente chato porque não mais se cala, descobriu a voz e começa a adorar ouvi-la.
Assim me parecem, também, as pessoas que, de um momento para o outro, deixam de se sentir constrangidas, descobrem que não têm de se sentir amarradas, apenas não sabiam que existia a possibilidade de se libertarem.
É a eterna luta entre o 8 e o 80.
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