Friday, May 18, 2007

A Fraqueza de Ser Forte

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Felizmente, ou infelizmente, a vida e tudo que a rodeia é feita de dicotomias, umas vezes mais extremas, outras menos.
Não acredito na verdade nem na mentira em termos absolutos, nunca vi uma verdade sem um senão e nunca vi uma mentira que, de uma forma ou de outra, não tivesse, ao menos, um resquício de verdade.

Assim entendo também a fraqueza e a força.

Entendendo-se que a única verdadeira e pura força é a que vem de dentro, solta de constrangimentos, indiferente a críticas ou elogios, existindo por si e, até, por decisão própria, o que fazer perante uma falha.... um erro....

Se não há quem te tenha ajudado a montá-la e se não há quem a consiga destruir, a possibilidade de, exteriormente, a reestabelecerem, a capacidade de te apoiar a colocar, novamente, o telhado que a tempestade levou é, practicamente, inexistente.

Ora, se tu te enganas,
se tu te fodes a ti mesmo,
se tu fazes merda,
se te desiludes,
se te questionas,
se a certeza que tinhas se abala... como poderá alguém ajudar-te a reerguer?

Para mim, a resposta é simples, não pode!

Temos então o contraponto.
A Força transformada em Fraqueza.

Se é verdade que nada te atinge, é mais verdade ainda que tu mesmo te atingirás com uma força brutal.
Um corte pequeno será capaz de te cortar um braço.
Uma ferida pequena irá gangrenar.
Uma tosse inofensiva será cancro.
Uma dor de cabeça ténue será um tumor cerebral.

Do outro lado terás o gajo que precisa de elogios, que se perdoa por ser imperfeito, que se abala se uma pessoa não lhe responde ao bom dia, que tem vontade de se suicidadar quando um amor não é correspondido e que chora quando é mal tratado.

Mas a este, como depende do que lhe acontece além da própria pele, bastará um afago ou um elogio para sacudir o pó.
Mas este, que passa a vida a cair, não se atormentará por, uma vez mais, bater no chão.

Qual dos dois preferia ser?
Devia estar a dormir quando deixaram escolher.

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