Que Viagem Doi?
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Da minha curta e quase indolor experiência, só um tipo de viagem me causa algum desconforto.
Não sou de chorar por leite derramado e nem de me martirizar porque a dada altura fui profundamente burro.
Na verdade, se me fustigasse a cada vez que faço merda já estaria com as cortas crivadas de marcas de chicote.
A única que me causa uma sensação de vazio é a de os tempos mudam, as pessoas transformam-se mas o jardim mantém-se... ou não...
Sempre fui mais da caminhada sem direcção no meio de árvores do que do asfalto, apazigua-me o sentimento de silêncio, aquece-me a ausência de explicações.
Muitas vezes pergunto-me até onde serei eu capaz de marcar a minha pegada na relva, negligenciando, a maioria das vezes, até que ponto a relva é capaz de deixar a sua marca em mim.
Nem tudo é "Eu" mas parece... apercebo-me disso com a passar das horas que se vão acomulando como dias e depois meses e depois anos.
Não domino os elementos e as mais das vezes nem a mim me domino completamente.
Lamento as falhas e as feridas que não cicatrizam como deveriam ou gostariam.
A borboleta evolui da larva,
eu nasci como o crocodilo, milhões de anos sem uma única alteração...
A partida das partidas é que o crocodilo não precisa de evoluir, ao contrário de mim.
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