Thursday, May 24, 2007

A Justiça

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Não acredito nela de forma alguma.
A justiça divina não sei por que parâmetros se rege, por isso, nem me preocupo.
A justiça dos homens, apesar de lhe conhecer as linhas, não acredito na sua imparcialidade.
Não é um discurso de classes beneficiadas nem carenciadas, acho chato e vicioso.
Não é um discurso de quem acha tudo e todos corruptos, é, meramente, uma apreciação básica da génese humana.
Por muito boa vontade que se tenha,
por muita dignidade que se tenha,
por muito sentido de dever que se tenha,
por muita vontade de um trabalho bem feito que se tenha.... a verdade é uma para todos:
Se o espírito pode fugir à maldade, não pode fugir à carne.
O gajo mais honesto e íntegro do mundo pode, também ele, levar um par de cornos, ter problemas de erecção, ter um filho heroinomano, bater com o carro, perder no jogo.... enfim, milhares de milhões de merdas que escapam, muitas das vezes, à vontade ou que são mais fortes que ela.
Ora, se tens o azar de te cruzar com um tipo num dia dos que acabei de descrever, podes ter a certeza que ele vai estar fodido e, mesmo que não queira, a hipótese de ele te tratar mal é imensa.
Se o gajo te serve um café, é tranquilo, ou ignoras ou armas confusão.... mas nenhum mal maior daí virá.
Se o gajo, por outro lado, é teu patrão ou juiz ou policia ou qualquer outra coisa que possa enquinar-te a vida... pode daí advir um mal maior.
Acredito, realmente, que os frutos resultam do labor e que o que fazes terá, para ti, um maior benefício se for bem feito.
O que acontece, é que existe o acaso, existe, infelizmente, um elemento marginal de aleatoriedade que te escapa e que nada podes fazer contra ele.
Moral da história?
Independentemente de todas as outras coisas, é sempre bom ser-se um filho da puta com sorte.

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