Tuesday, December 22, 2009

Acredito na existência de algo superior a que, por falta de melhor palavra, também chamo de Deus.
Não professo nenhuma religição, não tomo de parte de culto de nenhum tipo mas, apesar disso, a dado momento da minha vida, rezava. Também neste caso, não o fazia por seguir um determinado cânone mas apenas porque não conhecia (como ainda não conheço) outra forma de dar graças.

Mais verdade, ainda, do que já escrevi é que só em momentos de enorme fraqueza me dignei a pedir o que quer que fosse. Em cada vez que o fiz muito o evitei e muito combati para não cair na tentação de o fazer. Aos meus olhos, é a coisa mais parecida com desespero que há e se há coisa que odeio com cada célula do meu corpo é sentir-me inofensivo.
Mas por que motivo me sinto idiota em fazer o mesmo que milhares de milhões fazem dariamente? Bem, não os acho idiotas (muitas vezes gostava de ser como eles). Não os encaro como menos que eu e, estranhamente, até os percebo.
Sinto-me idiota porque sigo outro caminho, tenho outra mentalidade e procuro que as coisas façam algum sentido.
Por natureza procuro ser auto-suficiente. Não quero dever favores a entidades terrenas ou divinas, não quero depender da boa vonta de elmentos seculares ou de qualquer tipo para que as coisas corram como quero que corram e, acima de tudo, soa-me tão estúpido achar que alguém vai deixar de fazer coisas manifestamente mais importantes para me dar, digamos, a Monica Belluci de presente.

Sim, eu sei, não é uma ideia nova esta de confiar que alguém pode responder a todas as preces, até porque, de facto, não responde...senão, quantos vencedores do Euro Milhões teriamos por semana?
Na verdade, vi há pouco tempo um excerto de um documentário (infelizmente, não me lembro do nome) em que o tipo pergunta a um crente se acredita em Deus, ao que este, prontamente, respondeu que sim. Depois, perguntou ao mesmo tipo se ele acreditava no Pai Natal, ao que este, prontamente, respondeu que não.
Depois desta brevíssima entrevista, o locutor resumiu assim a coisa:
- Então, parece-te absurdo que um gajo possa, numa noite, entregar todos os presentes ao mundo mas já não te parece absurdo que outro ouça milhares de milhões de pedidos ao mesmo tempo.

É simplista, sim, contudo, não é absolutamente disparatado.
Eu acho que Ele anda lá por cima mas também acho que tem mais o que fazer do que responder à prece pelo vencedor do Ídolos ou àquela que pede as novas botas Gucci que viu na montra...seria ridículo demais.

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