Thursday, December 17, 2009


Matou-se.
Lamento que o tenha feito mas não mais do que lamento que (quase) qualquer outra pessoa o faça. É-me indiferente que seja (ou tenha sido) uma celebridade e uma actriz que, a dado momento, teve sucesso.
O que me chamou a atenção, como acontece sempre que alguém que parece ter tudo (beleza+dinheiro, como se costuma decompor este tudo) desiste.
Disseram-me que foi deixada uma carta explicativa e fizeram-me um breve resumo do que lá se lia. Pareceu-me pouco, paraceu-me banal e, por isso, decidi dar uma vista de olhos à biografia da Leila.

Esta beleza, esta enorme beleza (opinião pessoal...sou muito fraco para sotaques açucarados acompanhados de uma pele desta cor) fez parte de novelas da Globo, altura em que a conheci apesar de desconhecer o seu nome. Não era particularmente competente mas, nos dias que correm e já na altura, esta não é uma característica fundamental quando se completa com um sex appeal pesadíssimo (a listra que ilustraria o que acabo de escrever seria interminável mas direi apenas um nome: Soraia Chaves).
Depois, desapareceu como, de resto, não é menos comum do que o aparecimento meteórico. Até aqui, tudo é normal: Gaja podre, sucesso imediato, desaparecimento em Mach 3.

Anos volvidos, reaparece. Reaparece a fazer filmes pornográficos (descobri na pesquisa porque, apesar de não me desagradar a pornografia, não dou muita atenção ao elenco), isto oito anos depois de ter desaparecido do main stream.
Será uma coincidência que a Leila tenha ceifado a sua vida 1 ano, mais ou menos, de se estrear na pornografia? Depois de oito anos (2000 a 2008) desaparecida do grande público? Não me parece.
Restam-me poucas dúvidas que o suicídio foi o culminar de um sentimento que há bastante tempo a fazia sentir sepultada.
Foi a realidade que cavalgou para ela e lhe disse: Minha amiga, sonhaste com aquele sucesso, ninguém lhe deu atenção. Está na hora de deixares as esperanças vãs e abrires as pernas para que os mesmos que te viram como estrela te vejam, agora, como depositária de picas de terceira"

Isto terá sido o limite.
O que a terá feito sentir que nada mais valia a pena terá sido o defraudar daquilo que queria ser e, a dada altura, foi (o que só piora tudo). Foi colhida pelo sentimento de que era a carcaça que se esvaziou, a flor que murchou, o prisioneiro que não verá mais o céu, a borboleta que se tornou uma larva.
É como uma tortura auto-infligida.

Para muitos, não só famosos ou conhecidos, a morte dos sonhos é a morte da alma. Para alguns, não só famosos ou conhecidos, não vale a pena continuar a caminhada numa estrada para a qual foram empurrados.
Desaparece o que já há muito terá morrido.

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