Monday, February 14, 2011

Tenho a impressão que tudo o que é pretendido é fugir ao quotidiano.
É ver o sucesso das redes sociais, onde se é o que se quer e não o que o espelho realmente revela, é atentar em muitos e muitos (uma maioria avassaladora) de blogs dedicados ao tema amor, não o verdadeiro, que nos toca e eleva ou afunda, mas aquele que vive em histórias aos quadradinhos, aquele que vale sempre a pena, aquele que mesmo quando nos destroi valeu a pena ser vivido.

É muito mas muito estranho para mim que 99% das pessoas entrevistadas ou que se dão ao trabalho de escrever sobre si mesmas não se arrependam de nada e que se sintam tão bem na sua pele.
Quando vemos isto em contraposição com a quantidade de toxicodependentes (anónimos e públicos), a quantidade de pessoas com problemas alimentares, as incontáveis tentativas de suicídio ou as bem sucedidas e tudo quanto é feito para mudar, drastica ou suavemente, o que cada um de nós é, fico a pensar que o mais bem sucedido dos contos é o do Pinóquio.

Sim, devemos avançar apesar das adversidades.
Sim, devemos tentar apesar das hipóteses de falhar.
Mas temos mesmo de fingir que tudo vale a pena ser vivido? Temos mesmo de fingir que, se pudessemos, não teriamos acertado na curva em vez de a falhar? Temos mesmo de fingir que somos um exemplo de absoluta perseverança quando ninguém o é?

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