Já escrevi muitas coisas que rimam. Chamo-lhes assim porque não acho que alguma vez foram poesia ou que em algum tempo fui poeta. Mas já escrevi cenas assim; não eram brilhantes mas não eram, também, más...e para mediania temos de mais, não é precisa ajuda nem incentivo.
Olhando para trás, houve mais do que um motivo para ter deixado de ter vontade para escrever coisas a puxar ao lirismo. Não foi apenas a mediania que me afastou porque, felizmente, ainda não sou competitivo na escrita, foi também, ou principalmente, a aparência plástica que a coisa tinha.
Quando faço prosa consigo ser visceral mas quando tentava rimas isto raramente acontecia e qualquer forma de arte ou pseudo-arte tem de, pelo menos, levar umas gotas de sangue.
Mas não foi só isto.
A sensibilidade para este tipo de coisas também a perdi em algum lado. Houve tempos em que me permitia a sensações hiperbolizadas, desde o sentimento demasiado pesado da perda à alegria mais incomensurável de uma vitória. Hoje tudo é mais relativizado. Hoje a eteriedade dos sentimentos torna-os exactamente isso, ar.
Poderia forçar o regresso mas a verdade é mesmo isso: a verdade.
Soube quando tinha de saber que as rosas têm espinhos e, depois disso, deixei de conseguir imaginar que alguma delas os não teria; descobri no momento exacto que não há ganho que não se traduza numa perda, própria ou alheia, porque tudo é limitado e, em directa consequência, nada é suficiente para todos.
Deixei de mutilar em verso e pode ser que o mesmo caminho lhe siga a prosa mas não aguardo esse dia com nada que se pareça com alegria.
Olhando para trás, houve mais do que um motivo para ter deixado de ter vontade para escrever coisas a puxar ao lirismo. Não foi apenas a mediania que me afastou porque, felizmente, ainda não sou competitivo na escrita, foi também, ou principalmente, a aparência plástica que a coisa tinha.
Quando faço prosa consigo ser visceral mas quando tentava rimas isto raramente acontecia e qualquer forma de arte ou pseudo-arte tem de, pelo menos, levar umas gotas de sangue.
Mas não foi só isto.
A sensibilidade para este tipo de coisas também a perdi em algum lado. Houve tempos em que me permitia a sensações hiperbolizadas, desde o sentimento demasiado pesado da perda à alegria mais incomensurável de uma vitória. Hoje tudo é mais relativizado. Hoje a eteriedade dos sentimentos torna-os exactamente isso, ar.
Poderia forçar o regresso mas a verdade é mesmo isso: a verdade.
Soube quando tinha de saber que as rosas têm espinhos e, depois disso, deixei de conseguir imaginar que alguma delas os não teria; descobri no momento exacto que não há ganho que não se traduza numa perda, própria ou alheia, porque tudo é limitado e, em directa consequência, nada é suficiente para todos.
Deixei de mutilar em verso e pode ser que o mesmo caminho lhe siga a prosa mas não aguardo esse dia com nada que se pareça com alegria.
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