Friday, April 05, 2013

Miguel Relvas

Finalmente!
Felizmente não se confirmou que o Relvas era como o Hulk que quanto mais zangado mais poderoso. Chegou ao fim uma das grandes vergonhas a que estávamos sujeitos diariamente mas temo pelo Governo...é que sem uma figura péssima que tornava todos os que o rodeavam príncipes o sol é capaz de começar a alumiar mais gente.

O que me incomoda, contudo, é que a saída de cena de Relvas será um motivo de regozijo por um facto desconhecido: Ele é a versão 2.0 do Zé Povinho.
O Relvas era o espelho de um anorético e como todos os que padecem de semelhante mal, os anoréticos odeiam os espelhos...

Relvas é a corporização e forma de gente de tudo que Portugal têm de serôdio. Começa com a infinita necessidade de se ter Dr. como nome próprio, substituindo o de baptismo, e continua com a incapacidade de se admitir que falem mal de nós mas mantendo a aparência de que tal é indiferente e passa por fazer pela vidinha sempre que possível desde que implique o menor esforço possível para, depois, um gajo poder ir mamar uns chops para o Copacaban Palace.
Isto somos todos, mesmo os que não são porque a virtude desaparece quando engolida pela massa amorfa que a rodeia.

Relvas tem o azar de ser como a maioria, um gajo que pretende (e, no caso dele, consegue) viver de expedientes, o chico esperto, o malandro (no sentido de Vera Cruz), o maior porque engana os outros. Há, em Portugal, um segredo mal guardado que consiste em quase admirar um tipo assim e, como todos os segredos, não é partilhado.

Voltando ao que me incomoda: O Relvas é o nosso lado lunar, aquele que desprezamos e detestamos ver ao espelho mas que, na verdade, todos seríamos se ninguém soubesse...

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