Monday, March 25, 2013

Não faz parte da minha personalidade agarrar-me a coisas, quer tenham batimento cardíaco quer não tenham.
Quando ganhei pela primeira vez na minha vida dinheiro a sério lembro-me de não ter sentido qualquer prazer especial em trocar de carro, em pagar, pela primeira vez, o meu próprio carro e em ter gasto o que é para mim uma fortuna (sem que, factualmente, o seja. Tenho uma imensa dificuldade em pensar em comprar alguma coisa que me faça ficar preso a pagamentos...). Foi uma decisão meramente economicista porque, apesar de não ter vontade de o fazer, era economicamente inviável continuar a gastar dinheiro no carro que tinha, desde que pudesse comprar outro.
Na mesma altura, comprei o Mothership dos Led Zeppelin e fiquei incomparavelmenta mais satisfeito, sem que isso me tenha custado um valor relevante.
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Decidi, também, deixar de ter televisão no quarto. Dei-me conta de que preferia ir para a cama dormir, pura e simplesmente ou, se tal se tornasse necessário, ainda que não me agrade, ler. Juntamente com a televisão tinha ainda um DVD, uma aparelhagem e um computador.
Dei tudo! Não saiu de minha casa mas dei. Deixei de utilizar e como não me apego a coisas, decidi oferecer a quem quisesse aquela parafernália.
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Acontece, normalmente, a mesma coisa com perfumes.
Por norma, não uso perfumes, prefiro cheirar a limpo do que a outra coisa e só de vez em quando (é quase como um fato de domingo) borrifo uma ou outra vez para fazer aproximar um elemento feminino com o qual me vá encontrar mas não um eventual elemento feminino. Quando saio à noite, actividade que tem sempre por objectivo sacar gajas, não ponho perfume, não o quero e não gosto dele.
Ora, porque assim é e porque costumo receber um ou outro perfume, dou todos menos 1; não dou como forma de presente em alturas festivas, dou logo e mantenho apenas a reserva pelos motivos que referi.
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Ao que dou, então, valor?
Serei da malta do sentimento e da felicidade e das banalidade como só quero ser feliz?
Não, não sou mas até gostava de ser.
O que eu gosto é de ganhar e é-me relativamente indiferente qual a competição ou o prémio.
O que eu gosto é de acabar em primeiro e fico muito fodido quando isso não acontece.

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