Thursday, November 27, 2014

POLÍTICA...ARGH!

O EX-PM

Não tenho problemas em dizer o nome Sócrates porque não lhe dou a importância que tem Sauron, aquele cujo nome não devemos pronunciar, mas causa-me algum mal estar estomacal e os meus dedos ressentem-se.

O assunto não nos sai dos olhos, o que, contrariamente ao que acontece normalmente, me parece amplamente justificado quer porque é o primeiro ex-PM a bater com as costas na pildra quer porque ele é a besta que é.
Antes de falar sobre esse gajo, não posso deixar de dar uma palavra ao país dos comentadores em que nos tornamos:
É alucinante que se ache tudo e mais alguma coisa sobre o que, em concreto, se desconhece; é alucinante que se ache despropositada a detenção no aeroporto sem se saber o motivo dela ter acontecido (o gajo vive no estrangeiro, apesar de cá estar bastante tempo, pelo que não me parece estranho que mais do que fugir ele, pura e simplesmente, não voltasse); é alucinante que se ache despropositada a prisão preventiva sem se saber, também, o motivo da sua aplicação (mais do que 1 idiota disseram que nunca haveria perigo de fuga...para um gajo com dinheiro e residência no estrangeiro...).
Enfim...há muito cú apertado com isto e muito apaniguado a ver a vida a andar para o lado, por agora.

O que parece escapar a muitos, e escapa-se no sentido em que não têm coragem para o dizer, é que o que prendeu Sócrates foi a sua soberba, orgulho e sentido desmesurado de Ego (a que Soares sobreviveu porque foi outra época).
Um gajo tem de declarar, nos últimos 15 anos, os rendimentos que aufere e, de um momento para o outro, ele é Mercedes S, apartamentos aqui e no estrangeiro, jantaradas à má fila, fatos tudo Rosa & Teixeira e cenas do tipo...com o dinheiro que ganhou como deputado!!
Um gajo que supostamente não tem nada a esconder e possui o referido Classe S decide alugar um Golf com 10 anos para comparecer no programa de televisão. Ah?!
Um gajo que viu outros manterem a crista baixa para não se foderem presume-se mais e melhor, pelo que anda por aí como se não devesse nada a ninguém...

Quanto à preocupação das virgens da televisão quanto a temer que Sócrates já tenha sido condenado em praça pública tenho notícias de última hora!
ELE JÁ TINHA SIDO CONDENADO ANTES DE TER SIDO DETIDO! ELE JÁ TINHA SIDO CONDENADO ANTES DE SE SABER, SEQUER, QUE HAVIA PROCESSO!
Ah, isso é injusto.
Foda-se!
Por muito que queiram tapar a verdade, foi este gajo com as suas merdas que nos fez dar o passo para lá do precipício. Não foi só ele que nos levou até lá mas foi ele que nos atirou!

Uma palavra final para:
Mário Soares: o Sócrates do seu tempo que por isso ao admirar o actual se admira a si mesmo. Este é, agora, ininputável também porque temos pena dos velhos. Tenho Pena. Se se regressasse a um passado não muito distante ele poderia ser o Recluso 45... mas não se regressa...
Proença de Carvalho: só uma coisa me causa espécie... Este era Advogado de Ricardo Espírito Santo e de José Sócrates (entre muitos outros). Agora, quando a coisa ardeu para ambos, nem de um nem de outro; é Advogado do motorista de José Sócrates. É a puta da loucura;
Ferro Rodrigues: depois de ter de andar desaparecido por causa do escândalo dos putos, ressurgiu em toda a sua imponência para...relembrar e celebrar a memória política de José Sócrates, no Parlamento (?) uns dias antes deste último ter sido detido por...corrupção. Este Ferro não tem sorte nenhuma!

 HENRY DAVID THOREAU

Há uns tempos tinha lido um pequeno livro dele que consistia na descrição do que precisou e usou para construir a sua cabana à margem do lago, no meio do mato, e onde viveu em reclusão durante cerca de dois anos.
Achei engraçado mas não suficientemente interessante.

Passado algum tempo vi o In To The Wild (suponho que se escreva assim mas não tenho a certeza), um filme que, no fundo, era a tentativa moderna de um gajo fazer o mesmo que Thoreau mas sem a mesma intensidade, inteligência ou profundidade, o que é mais do que natural.
Ora, este filme atirou-me, novamente, para loge de Thoreau. O filme, de que gostei enquanto ficção, seria o documento de uma história verídica... muito adolescente, fantasiosa e romântica no pior dos sentidos.

Porque me lembrei disto?
Tendencialmente, no que a mim diz respeito, as pessoas inclinam-se para achar que tenho aversão a coisas ; acham que o meu problema é com naturistas, ascéticos, vegetarianos, geração saúde e por aí fora. Não vou dizer que são parvos por achar isso, eu alimento esse tipo de primeiras impressões, mas também não vou dizer que são particularmente inteligentes.

Para mim, as coisas não são boas ou más sozinhas.
O meu problema com coisas como o Into The Wild não é a crença é a soberba. O meu problema não é com o gajo que se revolta contra a sociedade; o meu problema é com o gajo que acha que é superior porque se revolta contra a sociedade. Problema que se agudiza quando se revolta mas aproveita o que a sociedade lhe proporciona para facilitar a sua revolta (vamos pensar, por exemplo, no rendimento mínimo).
O mesmo para vegetarianos e que tais. Interessa-me zero o que comem e o motivo que os leva a fazer isso. Estou, até, disposto para saber o que os leva a pensar que faz melhor. Agora, o ar sou mais evoluído do que vocês omnívoros faz com que os queira espancar.

Então, de novo ao Autor:
Apanhei outro livro dele, este mais extenso e que ainda não acabei.
Apesar da cena transcendental e natural me ser, intrínsecamente, difícil de apoiar não me é difícil de entender. Aliás, estou a achar muito interessante - daí ainda não ter largado - porque o Henry não diz o que acha ser melhor ele faz o que acha ser melhor e isso, para mim, é admirável.

Não vou sair daqui a abraçar árvores e a chorar o curto tempo de vida de um borboleta, porque eu sou realista e mais existencialista, mas vou sair mais contente porque aprendi alguma coisa de alguém cujo intuito não era ensinar.

BRUTAMONTE

No seguimento do que disse anteriormente, isto tem que ver com o que as pessoas preferem achar do que saber.
Como se retira do que escrevo - porque escrevo como falo e como vivo - não sou o gajo mais preocupado com o que pensam de mim. Também não sou o gajo mais preocupado em evitar dizer foda-se quando é foda-se que quero dizer. Também não gosto de me justificar porque...não me interessa o que pensam.
O que, contudo, também não sou é um mau gajo. Não falo nas costas; não minto despudoradamente; não manipulo quando não entendo como estritamente necessário; não preciso de gosta de alguém para lhe fazer favores (embora precise de não desgostar).

O que acontece - tema recorrente! - é que a maioria de nós não está habituada a pensar nem observar além do óbvio. A maioria de nós mais do que dar mais valor à aparência dá mais valor às palavras do que aos actos.

Então,
há uns dias disseram a uma pessoa que trabalha comigo (um outra pessoa que trabalha comigo mas à distância) que aquele é um brutamentos, apontando para uma fotografia minha. A pessoa a quem foi dito isto respondeu: não, não é. É diferente daquilo a que estamos habituados mas não há nada de que se precise e que se peça que ele não faça...ao contrário da maioria.
A que me entende como brutamontes ficou atónita porque isso destrói o se parece, é! com que viveu a vida toda.

E agora, por que motivo é ela parva?
Ela não é necessariamente parva. Assumiu o que lhe parecia e contra isso nada a dizer. 
A limitação desta em concreto é outra: Ela não percebeu - e ainda não percebe, parece-me - que as lealdades não se fazem com sorrisinho; ela não percebeu - e ainda não percebe, parece-me - que as poucas virtudes que tenho e ofereço o melhor que consigo impediria que qualquer coisa que dissesse me seria reportado...porque quando quem não deve me esconde o que não deve a reacção é sempre energética.

Não estou com vontade de retaliar. Não me parece que o vá fazer.
O problema destas coisas, contudo, é outro: SE um dia eu me irritar um bocadinho por um qualquer motivo, isto que agora nada me interessa passará a interessare muito, e o perigo é sempre esse. 

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