Wednesday, April 29, 2015

Há uns dias estava à conversa à mesa e a pessoa com quem estava tinha descoberto, por causa de um documentário, que os recursos eram escassos e era por isso que havia desacordos e guerras. A pessoa em causa não era parva mas há evidências que apenas se entendem sabendo coisas que não se encontram em redes sociais.

Sempre foi assim, desde o início dos tempos.
Os recursos, em si, mudam mas não a natureza humana, essa, parece-me, é imutável. Antes era a caça, depois o petróleo, depois a cena cujo não me lembro e é indispensável para os telemóveis e o ouro só é mais valioso do que a prata porque há menos.
Pode ter sido, de início, a luta de aldeias pelos poços de água e depois por território tendo-se, também, alastrado para o espaço.

A mesma coisa acontece com o tempo, que também é limitado.
O tempo que queres perder com as coisas é directamente relacionado com a importância que lhes dás e isso, por vezes, dá problemas mas problemas comuns com demonstrações diferentes.

A mim dói-me estar a fazer outra coisa quando está, por exemplo, a dar a Good Wife mas troco esse programa por outro que me faça sentir melhor e que me pareça mais importante em termos tanto relativos como absolutos.
Outras pessoas há a quem dói sentir que troca convívio social, interessante ou não, dependo de quem o sente e vê, por uma coisa mais unívoca e absorvente.

Escolhas.
Como a natureza humana não é alterável como a tecnologia, troca-se o comum pelo extraordinário mas dores de mudança, não da natureza mas do comportamento, cria dificuldades e, em alguns de nós, medo de deixar de se reconhecer quando se olha ao espelho.
A outros, mais deterministas, cria outro tipo de dificuldades mas o que se quer não é outra coisa que isso mesmo e poucos sacrifício merecem contrariar a vontade.

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