Mesma Situação, Coisas Diferentes.
SITUAÇÃO
Falaram-me de uma camisa que me queriam oferecer. Por princípio, não gosto que me ofereçam coisas porque tendo a sentir-me em dívida e invadido.
Neste caso, contudo, tudo mudou quando soube que a peça em questão era uma camisa de manga curta azul marinho e, preparem-me, cravejada de espermatozóides.
Poderia recusar?!
Fui, então, ao atelier (dói-me chamar-lhe isto mas, de facto, era isso mesmo).
A camisa já não havia, então tentaram impingir-me uma T-shirt e iam conseguindo mas não me servia, era muito justa.
Daqui, as 2 coisas:
1.
Vestida a T-shirt, tornou-se óbvio que me era muito justa.
Porque a minha cabeça ainda está presa há uns anos atrás, saí a rir-me porque era ridículo andar de licra.
A dona do atelier achou que me era um bocado justa mas não achou ridículo. Percebi, então, que o tempo tinha passado, eu tinha passado com ele e, agora, uma coisa justa continua a não me favorecer mas é ponderável, esteticamente, que a opção seja aceitável.
Resultado:
mais uma vez, senti que a graça não tinha sido percebida e porque assim foi senti-me um gajo vaidosos e tendencialmente vistoso, que não sou.
Senti que a situação não era divertida por ridícula mas que o ridículo era eu.
2.
A dona do atelier achou-me graça mas não mais que isso. Bem, porque não sou tímido e porque apenas estavam presentes a dona e a pessoa que me queria oferecer o presente tirei o que tinha vestido sem ir para lado nenhum esconder-me e talvez tenha achado mais graça do que outra coisa.
Então, a coisa passou mas eu sabia que não tinha passado.
Umas horas depois:
Então, K? A F achou-te muito graça. Até elogiou o teu cabedal....
Ri-me.
Precisou de umas horas para tocar no assunto mesmo que eu tenha percebido, no momento, que ela não tinha achado graça nenhuma.
Gajas...
0 Comments:
Post a Comment
<< Home