Monday, October 19, 2015

Para Onde se Guina?

Nas lições de condução desportiva manda-se virar em direcção ao peão, quando este acontece, e já ouvi - em documentários ou filmes, não me lembro - que quando perante uma tempestade se deve dirigir a ela, em frente.
Ambas as coisas são contra-intuitivas (como os bombeiros que se dirigem ao fogo), daí ser necessário treino específico para se contrariar aquilo que o corpo nos pede, juntamente com o suposto bom-senso.

Quando as coisas não nos correm bem, presumo que os manuais mandem tentar que não corram pior. Aliás, não me parece - numa bela analogia bélica - que quando estamos em inferioridade devamos atacar mais frentes ainda; Sun Tzu ensinou cenas destas e tanto Napoleão como Hitler apresentaram provas empíricas no mesmo sentido.
Mas isso interessa-me?
Aprendo, infelizmente, mais com os cães que ladram mais quando estão acossados...sendo que o pior, mesmo em relação aos cães, é que tendo a ladrar pouco e morder mais. E pior porquê? Porque uma ladradela dá para desfazer mas uma mordidela não.

Então, parece-me que consegui mais ou menos o pleno de me chatear a torto e a direito por estes dias. A maioria dá para recuperar com facilidade, parece-me, o que é mais difícil de restaurar é a desilusão de ser uma besta quando tal não me é pedido nem justificado.
Como é relativamente comum e previsível, não aprendo grande coisa quando o meu cérebro reptiliano entra em acção: tábua rasa, nihilismo, destruição completa. Fosse eu presidente dos EUA ou da URSS na altura da fase MAD e já tínhamos todos (TODOS) ido com a puta que nos pariu.

Ilustrando, mais ou menos:
- Levanta-me a voz outra vez e a coisa vai correr mal! (não me tinham, realmente, levantado a voz);
- Não. Hoje não vai dar. Não estou para isso.
- Mas o que fiz eu?! (não tinha feito nada de mal...só escolheu mal o tempo)
- Ah... o que lhe aconteceu ao cabelo?
- Decidi fazer alguma coisa mais extrema para ver se me dá atenção. Resultou!
- Não era preciso, já dou muita atenção...só parece que ignora.
- ...
- ...além de atenção, podia dar-lhe o meu número para me ligar quando sair daqui...
- ... (peguei na cerveja e fui-me embora. Não estava para isso)

Isto tem mesmo de passar porque o passado explica-me que nada de particularmente bom virá daqui.
Vou tentar, como os alentejanos em relação ao trabalho, sentar-me e esperar que passe, sendo certo que não sou muito bom a fazer isso.

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