Monday, November 16, 2015

Banalidades

A minha vida não é realmente muito interessante mas tenho alguma sorte em encontrar interesse em coisas pequenas que serão indiferentes para muita gente.
Então, Sábado à noite:

O QUE É SIMPLES MAS INCOMPREENSÍVEL

Uma das minhas duas amigas foi ter comigo ao restaurante onde fui com um outro amigo.
Descobri, quando ela chegou, que somos amigos há 20 anos e esses 20 anos conjugam-se com uns 14 a que conheço o gajo que comigo jantou.
Como disse: por ser uma das minhas melhores amigas faz parte de tudo na minha vida, onde se incluem os meu outros amigos como o que estava connosco.

Ora, ela anda desiludida com os homens e, além de desbocada, gosta de parecer algumas coisas que não é mas acredita, mais ou menos, ser.
Então, durante o jantar, começou a dizer que estava a ponderar virar porque talvez com mulheres seja mais fácil. Naturalmente, lesbianismo ou semelhante com homens à mesa levanta todas as antenas existentes ainda que, neste caso, não tanto as minhas quer porque é minha amiga quer porque aquilo é mais fogo de vista.
Poupar-vos-ei às piadas envolvendo coisas como lambe cricas e à discussão sobre se ela teria alguma hipótese num concurso desse tipo comigo.

O que tem graça é isto:
quando ela nos abandonou, o gajo diz-me isto:
Agora as merdas começam a fazer sentido! Deve ser por isso que vocês nunca tiveram nada... ela gosta da outra fruta!
Ri-me e respondi-lhe:
Nã. Não tivemos nem temos nada porque somos amigos e não me parece, sequer, que ela goste realmente da outra fruta.

Amizade entre sexos opostos?
Nunca! Parece ser demasiado rebuscado mesmo quando é verdade.

O KARMA EXISTE?

Cheguei a um bar e uma mulher passou-me os olhos.
Deve ter sido um toque mas não costumo reagir. 
Passado um bocado, fixou-me mesmo o olhar.
Foi um toque mas continuei sem reagir.
Um pouco depois veio mesmo falar comigo.

Não era nada de especial mas já comi pior (bem pior). Não sei, exactamente, o que me disse porque já estava a carburar a tequilla e Corona há algum tempo mas devo ter dado alguma trela.
Depois, disse-me: Vou só buscar uma bebida e eu acenei que sim.
Quando se ia a afastar eu, estúpido, em vez de olhar de baixo para cima - o que provavelmente me faria parar no rabo - comecei de cima para baixo e dei com uma tatuagem do símbolo do infinito com 3 estrelas.

O que interessa isso?
Pouco, não se desse o caso de me fazer lembrar de quem já me tinha descrito uma tatuagem igual.
Resultado: não sei se ela voltou de bar com a bebida porque eu já não estava lá.

Karma?
Não acredito em karma mas...

SEMPRE OS MESMOS

- Olha, está ali o teu amiguinho disse eu com tom de escárnio referindo-me a um otário que conheci na faculdade e que tive o prazer de encostar a mão à cara ao meu amigo que, entretanto, se começara, anos depois, a dar bem com ele.
- Pá...nem me fales. Razão tinhas tu em ignorar o gajo. Na semana passada tava a ver que tinha de lhe partir a boca.

Foi-me descrito, depois, o que terá acontecido e que me parece bater certo com o tipo de otário que o gajo é.
O que tem graça é o seguinte: este meu amigo era um animal, um gajo impecável mas de pavio incrivelmente curto.
Entretanto, mudou muito a virou mais ascético e metafísico e budista e tal.
Não o gozo por achar que se transformou nisto porque o entendo como sincero e nada tenho a apontar aos que querem procurar evoluir no sentido em que acham dever ir.

Agora,
toda a meditação e chacras e cenas foram - como vão sempre - com o caralho quando se estala o fino verniz que nos cobre.
Quando o irritaram (e não teve de ser muito) o Buda teve de dar um tempo para ele voltar a ser o gajo que há 15 anos batia primeiro e falava depois quando provocado.

Disse-me: pá, fiquei muito irritado por ter respondido assim ao gajo e por ter pensado em fodê-lo...
Respondi: pois, eu sei o que isso é. Também já acordei fodido por ter partido alguém que não merecia mas se merece, é sa foda! E não te preocupes, um gajo pode e deve tentar contrariar a sua natureza quando não gosta dela mas às vezes falhar....e não lhe bateste, o que é um claro progresso!

Somos sempre os mesmos animais.

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