O Diabo Sabe, Não Porque É Sábio. O Diabo Sabe Porque É Velho...
Normalmente, as pessoas acham que as outras são espertas quando sabem as coisas e as prevêem mas, as mais das vezes, elas não são assim tão espertas elas já viveram foi isso.
Quanto mais se vive mais se sabe;
Quanto mais se vive mais se percebe;
Quanto mais se vive mais se prevê.
O que é mais triste, no meio disto, é que quem junta saber, viver e ser um bocado esperto tende a ser realista, coisa que é muitas vezes entendida como cinismo.
A fraca fé que se vai ganhando na humanidade, ainda que não nos indivíduos isolados, aparece com o acumular de horas, memória e atenção.
É óbvio, por exemplo, que gente desesperada faz coisas desesperadas; que gente fraca tem atitudes flácidas; que quem tem coragem tem atitudes agressivas; que quem se habitua a perder tem menos hipóteses de ganhar.
Tudo isto parece uma la palissada mas dá-se o mesmo que se deu comigo quando me disseram que no México não há restaurantes mexicanos, há restaurantes. Óbvio, não é? Mas precisaram de me dizer para realizar.
O mesmo se passa com os exemplos que dei primeiro: todos óbvios mas que precisam de ser vistos para serem entendidos.
Com a minha vontade de confrontar as pessoas com a realidade seria de esperar que não perdesse uma oportunidade de lhes esfregar estas evidências na cara, certo? Errado.
Se puder, evito. Se puder, preservo a inocência de quem me rodeia e a quem tenho apreço porque, afinal, este encarar da vida de olhos esbugalhados não é a maneira mais feliz de se viver.
Se não puder, não poupo. E sinto que não posso quando não estou ou estarei por perto e, aí, será melhor preparar quem tem de se desenvencilhar.
Tenho apreço pela inocência.
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