O Sol Nascerá III (The End) e Um Provável Chacete
Há mais para dizer porque a história não acabou mas quando comecei esta paneleirice em partes tinha III em mente e não sabia se as iria escrever. Obviamente, vou.
A AMIGA
Conheci a amiga dela mais ou menos ao mesmo tempo que a ela.
Naquela altura, a Amiga tinha acabado um relacionamento há coisa de 1 ano (acho...) e andava um bocado perdida, como acontece quando acabam relacionamentos longos, especialmente quando não se quer que acabem.
Então, andou metida com um ou outro gajo pouco recomendáveis e houve um momento - quando ainda não sabia o que se passava entre mim e a minha primeira - em que me agarrou pelo pescoço e enterrou-me a língua. Chateou-me porque ela era (e é) muito boa mas aquilo não teria como acabar bem para mim.
Em condições normais, teria rotulado o comportamento dela como de pêga mas não o fiz e não o faço porque é coisa que não é. Estava à toa... (é um dos casos em que se comportou como uma sem o ser).
Depois, conheceu um gajo por quem se terá apaixonado e começou a namorar com ele tendo, depois, casado.
Ora, porque eu e a minha primeira ardemos e não mantenho contacto, ela ficou com a Amiga nas partilhas, pelo que eu estava lá quando o relacionamento começou mas já não quando o casamento se deu nem depois. Perdi o rasto a tudo.
(Enquadramento temporal: correndo o risco de me enganar, ela tinha acabado com o gajo que falei primeiro há 16 anos - contando o fim como hoje - e, sem risco de me enganar porque me foi dito expressamente, já não nos víamos desde 2009 e, pelos vistos, foi curto porque era S. João e eu estava ocupado)
Fast Forward para há, talvez, 4 anos atrás:
Durante as minhas caminhadas, cruzei-me numa manhã de sábado com o minha ex e os sobrinhos dela. Dissemos olá e ela perguntou-me se não queria ir dar uma volta ao (insert nome de cena). Respondi que sim, não ia fazer nada senão caminhar, e lá fomos.
Neste encontro - vamos focar-nos na Amiga - soube que ela tinha voltado para o gajo com quem tinha terminado quando vos contei.
O que aconteceu?
10 anos (por favor, não se agarrem a datas...sou mau) depois de se terem separado o gajo esteve Às portas da morte com uma merda que desconheço e ela foi visitá-lo.
Nessa altura, ela estava casada e ele quase... foi tudo com o caralho.
Ardeu tudo à volta e, agora, têm 2 filhos (ela continua boa, o que me dói um bocado...)
Fast Forward para Quarta-Feira Passada
Já por aqui passou a reacção a Terça da minha ex mas, como previsto, não foi a única...
Então,
a Amiga disse que foi muito bom ver-me e tal, que eu estava óptimo (sempre foste lindo - o que nunca fui - mas agora estás tão elegante... - coisa que também não estou), se a J era minha amiga ou algo mais e por aí fora.
Depois, parou de perder tempo:
E então? Se não estás com a J, estás com alguém?
- Nop. Continuo a voar sozinho...
Oh K...tenho tanta pena...
- Não tenhas! Nunca me safei mal e agora ainda me safo menos mal!
Não estou a falar de curtes... Foi uma pena...
(percebi para onde isto ia e interrompi a sequência para o que, nela, mais me interessava)
- L, a L contou-me a tua história com o T. Dás esperança ao Mundo!
Pois...tu sabes que eu sempre fui apaixonada por ele... Foi muito duro com o F mas...
- ...mas para que irias ficar se tinhas de ir?
É isso mesmo. Não valia a pena. Ele, agora, também tem dois filhos.
- Cool, L. Fico muito contente.
Tinha de ser K, é a minha alma gémea, não tenho dúvidas.
(tudo que disse é verdade, é mesmo uma esperança para o Mundo este tipo de histórias mas o meu cinismo/realismo não se esgota!)
- Sim, deve mesmo ser. Correu bem, até ver!
(e ela fodeu-me!)
Pois é, nunca se sabe o amanhã mas além de ter a certeza que ele é a minha alma gémea, mesmo que tudo corra mal amanhã não me arrependo. Já valeu a pena. O que estaria eu a fazer?!
Pois...esta ideia de que vale sempre a pena viver é muito acarinhada nas minhas veias mas a minha cabeça não permite este tipo de eventualidade. Quer dizer, eu sei que tudo pode correr mal mas se eu à partida achar que vai correr mal já não vale a pena.
Fui cínico.
Fui tosquiar e saí tosquiado.
Mas! Esta história é, de facto, tudo o que interessa no Mundo; agora, em 1.000 tentativas quantas serão bem sucedidas? E quanto custará quando não forem?
Ela cagou e decidiu, sem hesitar, pagar para ver.
Aplaudo em pé.
Admiro todas as pessoas que fazem o que me sinto incapaz de fazer, seja fechar correctamente um envelope seja abrir-se ao desconhecido.
Ok. Chacete!
Para tentar explicar um pondo de vista, disse isto a um gajo:
Sabes o pessoal que jejua para atingir um determinado fim? Ok. Se estes gajos forem honestos e os quiseres seguir não é o jejum que interessa, é quereres jejuar. No fundo, jejuar ou não jejuar é igual.
É óbvio que deves experimentar jejuar para ver se tem o mesmo efeito que no gajo que jejua mas, no fundo, ele quer jejuar porque funciona para ele e tu podes não querer jejuar porque funciona para ti.
Jejuar e não jejuar é igual.
Não percebeu e é comum não se perceber...
Se pretendermos o bem de alguém não lhe devemos impor comportamentos mas também não devemos aceitar que não vejam os seus comportamentos.
Por exemplo: o meu irmão disse-me uma vez que não gostava de Bossa. Ok, respondi, mas nem sequer da Chega de Saudade nem do Desafinado?
Não sabia o que era, o que não é aceitável.
Então, sentei-o e chapei-lhe com meia hora de Bossa.
Ouviu tudo e disse: Pois, não é a minha cena.
Tudo bem. Não percebo como se pode não gostar de Bossa mas desde que se conheça, cada um é cada qual. Não tens de gostar. Não estou a vender nada. Não quero impingir mas não aceito ignorância.
Recusar-se o que se desconhece não serve.
O que acontece é que porque a maioria está investida em convencer e não em dar a conhecer, a diferença entre uma coisa e outra perdeu-se.
A gaja que, há uns tempos, me disse que não tinha química comigo nunca seria um problema se não tivesse continuado com porque não disparo em várias direcções. Não. Não tem nada que ver. Não sentir química com alguém porque não é satisfatório e suficiente mas completar com uma explicação parva já não é.
Tenho a certeza que a gaja ficou a pensar que eu a estava a tentar convencer que queria alguma coisa comigo (e queria) mas para lhe provar o contrário, quando pôs os lábios a 2 centímetros da minha boca, de olhos fechados, não completei o serviço: Não sentes química, não sentes química. Tudo certo.
Quando me foi levar a casa, voltou a insistir no assunto e disse-lhe: Olha, é óbvio que estás atraída por mim mas isso não faz diferença desde a altura em que dizes que não. Não queres, não há. Mesmo que estejas enganada. Não te quero convencer de nada. E fui-me embora.
E este é um paradoxo ridículo: o que as pessoas querem mesmo é serem convencidas, mesmo que com mentiras. Querem ser guiadas, Querem uma bengala. Querem um paizinho. Querem ser desresponsabilizadas das suas opções e preferem poder dizer fui enganada!.
Não e não.
Não.
Não.
Olhos abertos!
Não tens de aceitar. Não tens de querer.
Tens de saber o que recusas. Tens de saber o que não queres.
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