Wednesday, May 11, 2016

Quem Come a Carne que Roa o Osso

Gosto deste ditado mas pouca atenção lhe costumo prestar. Na verdade, nem me lembro dela muitas vezes mas pratico-a com convicção fundamentalista.

Quando sou exposto a comedores de carne isto vem-me directamente à cabeça.
Ontem, foi precisamente isso que aconteceu.
Não foi a primeira vez e nem sequer foi inesperado mas, infelizmente, estou mais ou menos vedado de fazer o que costumo: pôr-me a monte em direcção ao pôr do sol. E isso não me cai bem no estômago.

Mais do que comedor de carne, fui exposto - uma outra vez - à completa falta de noção do que se diz e a quem se diz. Uma outra vez, não pude fazer o que costumo: dar duas bordoadas de realidade e satisfazer a minha necessidade de lançar luz na escuridão.

Este tipo de coisas e o ditado empurram-me para uma realidade que é o que é. Não a apoio nem gosto particularmente dela mas tenho pouca paciência para contrariar cursos de águas e tenho pouco de salmão em mim.

I
Esperar coisas de pessoas é um erro.
É verdade que nem toda a gente te vai desapontar mas é mais verdade ainda que muita gente o vai fazer.
Não culpo ninguém por isso. Da mesma maneira que não culpo as nuvens por descarregar água. Esperar coisa diferente é parvo.

A humanidade é egoísta e isso tem pouco de estranho, o egoísmo ajuda na tarefa de sobreviver.

II
Tendo a ouvir conselhos mas não a segui-los nos termos em que se entende por seguir.
Aprendi a ouvir - de pouca gente mas, ainda assim, aprendi - mas, depois, é apenas informação recolhida para tomar uma decisão que apenas a mim pertence.

Não quero com isto dizer que não atribuo mérito a quem ajuda mas atribuo o mesmo a quem apenas tenta, mesmo sem conseguir.
Parece esquisito?

Bem...a minha natureza é individualista, tanto por educação como por formação, pelo que a minha tendência natural é querer ganhar e perder sozinho. 
Não negarei esta vontade mas há, no fundo e mesmo sem querer, um elemento racional e que não se prende com egoísmo ou soberba ou outro tipo de maleita (ou defeito ou feitio):

Quem paga pelo que decide é sempre, mas sempre, o próprio.
Interessa o que se é influenciado? Não.
Este tipo de coisa apenas serve para alijar culpas ou distribuir responsabilidades mas quem sem fode, no fundo, é sempre o próprio.

Ora, se sou eu quem se fode sou eu quem trilha o caminho para esse destino.
Responsável, eu. Sempre eu.
Ser vítima nunca foi um fato que me servisse e não gosto dele.

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