EROSÃO
Poderia ser uma exposição pelo que se vai destruindo - o que seria sério - mas não é. A minha ideia não é a realidade mas, neste caso, a fantasia.
Faz-me confusão a ideia de que o tempo resolve tudo. Melhor. Faz-me confusão a ideia de que o tempo resolve tudo quando é dito no sentido de que melhora. Resolver, resolve. Mais tarde ou mais cedo, um gajo quina, certo?
Mas não.
A ideia é de que as coisas passam. Melhor. As coisas passam e volta ao que foi antes das coisas terem acontecido.
Finge-se que os assuntos não existem.
Finge-se que as situações não aconteceram.
Finge-se que está tudo na sua devida ordem.
Existem.
Aconteceram.
Não está.
Eu sei que, provavelmente, também se tratará de uma questão de personalidade. Eu não sei ultrapassar até estar resolvido ou, em alternativa, ultrapasso queimando tudo...coisa que, muitas das vezes, não é pretendido.
...e as vezes sinto-me como se vivesse noutro planeta e noutro tempo. Numa realidade alternativa.
Mas está tudo bem!
Say what?! Mas...como está tudo bem? Na melhor das hipóteses está metade bem, a metade que não me envolve.
E é aqui que, ontem, me lembrei da erosão.
Parece-me que se entende que se dará uma mágica erosão que, aos bocados, vai desfazendo até, por fim, fazer desaparecer.
Não sei como é com os outros mas as minhas cenas estão embaladas em vácuo, não há vento nem intempérie que lhes toque.
E depois, dá-se o milagroso: ah? Isso veio do nada...não percebo o que aconteceu...
Não veio do nada. Nada vem do nada.
É verdade que, às vezes, não se conseguiu prever o resultado mas as mais das vezes o que acontece é que se é estúpido.
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