Tuesday, August 30, 2016

Desespero ou Estupidez?

Este é um mero exemplo e não uma declaração de princípio anti-religioso (poderia ser mas não é...).
Um determinado bonas previu que Cristo iria aparecer numa determinada data ou num determinado hiato temporal - não me dei ao trabalho de aprofundar.
Surpreendentemente, o pessoal apareceu mas Cristo, não.
O surpreendente que precedeu foi irónico ou sarcástico mas o próximo não:
Como não apareceu, foi agendada nova data e nova data e por aí fora. Surpreendentemente a cada data que passou foi aparecendo mais gente.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é, hoje, uma coisa com bastante importância e nasceu, como culto, mais ou menos como descrevi.

O que foi dito nunca aconteceu mas as pessoas não pararam de aparecer e cada vez em maior número.

Isto é espantoso e apesar de poder teorizar sobre os motivos não estou para aí virado.
O que me apetece dizer é isto:
Nós, humanos, por desespero ou estupidez, tendemos a achar que vai acontecer o que achamos que vai acontecer e não o que acontecerá de facto; tendemos a pensar que a realidade se ajusta às nossas vontades e não que não se ajusta a merda nenhuma.

Estou firmemente convicto que não teria aparecido à primeira reunião de recepção a Cristo mas tenho a certeza que não iria à segunda...

É como o pessoal da geringonça dizer que vai acontecer um crescimento económico nunca visto com as medidas que andam a implementar.
Como? Magia.

Built and they will come!

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Outra coisa engraçada, mais ou menos relacionada, é a construção mental a que nos damos ao trabalho para justificar algo que não foi a motivação do acontecimento.

Ah, eu comecei a jogar X porque queria fazer parte de uma equipa e praticar desporto. Pareceu-me, também, que aquele era o desporto certo porque é bastante físico e joga às minhas forças!
Tudo o que escrevi é verdade mas veio depois. O aconteceu mesmo é que queria comer uma gaja.

Sim, aqui posso ser o que me apetecer porque sou anónimo. É um escape e esta ausência de nome e de cara dá-me uma liberdade enorme e muito contribui para a minha sanidade mental!
Tudo o que escrevi é verdade mas veio depois. O que aconteceu é que escrevia num determinado lugar, onde deixei de ser tão anónimo e a coisa azedou. Porquê? Gaja, óbvio.

O racional do meu cérebro está dominado.
Eu posso usá-lo, se quiser, para vos mentir e fingir que o fundamento da minha actuação é lógico e sequencial - hábito aprendido também no desenrolar da minha profissão - mas, por norma, eu sei o que fez o quê acontecer e não aquilo que aparentemente fez o quê acontecer.

Mesmo nesta segunda parte do post, poderia ter tentado escolher outros exemplos de construções lógicas para actos que foram mais orgânicos que outra coisa, porque os há, mas não me apeteceu porque isso seria, em si, uma construção.
Não faz sentido estar a pegar em eventos fortuitos que aconteceram em vez de eventos recorrentes.

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