Monday, August 01, 2016

I´M NOT YOUR GURU!

Ando balls deep no Netflix.
São documentários uns em cima dos outros. Alguns sobre coisas que quero saber e outros sobre coisas que vejo para poder confirmar que posso criticar sem dó.
Este FDS vi, entre outros, o I´m not Your Guru do Tony Robbins. Nunca tinha ouvido falar dele e fui atrás da clássica venda da banha da cobra mas acho que só encontrei metade disso.
(talvez nem metade tenha encontrado mas custa-me pensar em gente motivacional que não desprezo)

O gajo, a mim, apanhou-me mais ou menos no princípio quando disse Este filho da pura que vêem aqui fui eu que o construí! Não nasci assim, montei-o!
Duas coisas quanto a isto:
1. Não é comum assumir-se isto. Usa-se evoluí e aprendi mas não contruí;
2. Eu também me contruí e nunca escondi.

Fui vítima daquilo a que agora se chama bullying na primária e deixei de ser;
Tinha alguma dificuldade em sacar gajas até data altura da minha vida e deixei de ter;
Fui uma criança muito sociável e prodigiosa e deixei de ser.

Qualquer destes casos poderia ser explicado com a sobredita evolução ou aprendizagem mas não foi. Não evoluí nem aprendi: transformei-me em algo que não era para ser o que sou agora.
Descobri que tinha mais força do que os idiotas que abusavam e que o problema era a minha mentalidade. Teve de mudar;
Descobri que a minha aparência não era nem é completamente irrelevante para sacar gajas mas também não era nem é o mais importante. Tive de mudar;
Descobri que fazer os outros felizes e depender da sua aprovação para me sentir completo era e é o caminho para que outros se sintam bem e não para eu me sentir bem. Teve de mudar.

É verdade que sou fruto de uma educação e de uma vivência que nem sempre escolhi mas também é verdade que tenho importância naquilo em que me tornei.
A minha natureza empurrou-me para onde percebi que não queria ir e, por isso, a natureza teve de se foder um bocado em benefício da racionalidade. Ainda hoje se fode um bocado.

Depois - voltando ao Tony - as conferências e cenas que faz não são particularmente fofas nem se limitam a resolver o que as pessoas pensam que têm mas tentam resolver o que têm mesmo.
É típico. 
A solução para um gordo não é, normalmente, um dieta mais equilibrada;
A solução para uma gaja que fode com tudo que mexe não é, normalmente, uma abstinência forçada;
A solução para um gajo que não consegue manter uma relação não é, normalmente, uma melhor compreensão do outro mas uma melhor compreensão do próprio.

(e é feita uma coisa que me agrada: muito palavrão pelo meio.
Porquê? Porque um palavrão metido onde não se espera que apareça corta o equilíbrio e o racional que se tenta manter)

Isto não quer dizer que funcione para mim.
Nada do que vi e ouvi foi novo. Concedo que pode ser melhor que eu e saber muito mais que eu mas nada de novo.
Pensar em estar numa sala com 2.500 estranhos a cantar e dançar e partilhar está muito próximo dos círculos do Dante todos de uma vez.
...mas isso sou eu.
Contrariamente ao que esperava, vi gente a ser ajudada.

É verdade que não deixa de ser um negócio e é, também, verdade que a maioria das explicações para os problemas das pessoas iam para os Pais, o que é mais ou menos o mesmo dizer que os nossos antepassados são de África; são sempre, só temos de ir suficientemente para trás no tempo.

.....

E descobri que muito provavelmente vou ganhar convites para isto:
o que me deixou feliz!

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