Lições Não Aprendidas
Há uns dias, Ela falou-me de um gajo que lá trabalha e que será manifestamente desagradável com as pessoas com quem contacta telefonicamente.
Na minha cabeça neandertal, perguntei mas o gajo é grande? ao que me foi respondido que não...é um vegetariano finguelinhas...
Daqui ocorrem-me dois cenários:
1. nunca lhe deram na boca;
2. já lhe deram na boca e ele, agora, só é desagradável com um telefone pelo meio.
Como tendo mais para o cenário 1, presumirei que nunca teve a sorte de levar na boca para aprender que o corpo paga o que a boca diz e a própria da boca tende a pagar em dentes.
Num dos episódios do House, ele teve uma ideia para resolver um problema que - obviamente - ninguém conseguia.
Implementou o plano e, naquele momento, não resultou.
Passado pouco tempo, o resultado apareceu mas mentiram-lhe; disseram-lhe que não tinha funcionado e que o paciente estava na mesma.
O fundamento da mentira foi mais ou menos isto:
Se lhe dissermos que tinha razão num caso destes em que não havia qualquer indício de que o problema foi o que ele "adivinhou" ele nunca duvidará de si na vida!
Isto parece parvo e, naturalmente, não funcionou na série mas pergunto-me se não seria justificado.
Todos falhamos e todos tendemos a fazer o mesmo até ocorrer a falha que nos fará contemplar outra saída ou outro comportamento. E, mais vezes do que se desejaria, quando a merda dá para o torto dá mesmo para o torto, pelo que mais vale mais cedo com algo pequeno do que mais tarde com algo grande.
E, agora, eu:
como já contei, a merda esteve para azedar e como já contei, também, isso nada mudou na perspectiva que tenho das coisas.
Uma das coisas que não mudou - e que me agrada - é que tenho noção de tudo o que tinha antes e no que tange à enfermidade em si, nada poderia ter feito além do que fiz. Ou seja: eu não fiz merda, apenas aconteceu.
É óbvio que doravante estarei atento a situações que me pareçam similares mas, à partida, não tinha como identificar o problema.
Outras das coisas que não mudou e que pode ser menos agradável é esta:
(não me lembro se disse isto) A possibilidade de eu ter ficado bastante tempo fodido nos intensivos era real e a possibilidade de me ter fodido de vez também (ainda que, segundo me parece, bem mais remota) mas o que aconteceu e não o que poderia ter acontecido é que me tiraram a tubaria toda e, passado uma hora, estava a enfardar comida e com uma cor saudável; além disso, estava a sentir-me bem e de bom-humor.
Isto alimenta a minha ideia de que sou indestrutível e de que sou capaz de rebentar paredes à cabeçada com muitos mais prejuízos para a parede do que para mim.
Isto não mudou.
Teoricamente, percebo o erro do meu raciocínio;
Na prática, eu estou certo: podem tentar foder-me mas não conseguem. Nem sequer numa mesa de operações.
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