Sunday, November 25, 2018

Regressado mas...

Voltei de 3 semanas de viagem pela Filipinas. Poderia dizer férias mas não foi isso que fiz.

É provável que volte à viagem que acabou e que fale dela mas, neste momento, não é o que me traz cá. Ainda é muito cedo e a ferida do regresso ainda está muito exposta. Será necessário aguardar que cicatrize, o que não é absolutamente certo que venha a acontecer.

Quando estive fora, não tive vontade de regressar. Não estou contente de ter regressado.
Ah, K, gostaste assim tanto das Filipinas?!
Gostei mas não o suficiente para lá querer ficar. Não foi a vontade de ficar que me fez não querer regressar. Na verdade, não foi o abandono que me chateou. O que me chateou foi não continuar para onde quer que fosse, mesmo que fosse dentro do mesmo país.
Até hoje, apenas por uma vez tive pena de sair de um lugar. Só quando estava no aeroporto do Rio de Janeiro pensei quero ficar aqui e foi, também, a única ocasião em que liguei para Portugal a tentar adiar o voo de regresso.

...mas apesar de apenas por uma vez tenha sentido vontade de ficar nunca tive vontade de regressar.

É conhecido por quem por cá vai passando que me agrada confirmar as coisas que digo.
É sabido por quem me conhece que a minha vontade mais latente é sair daqui e ir por aí.
A realidade confirmou o sentimento e afirmação. Não digo que quero ir por aí. Eu quero! ir por aí e andei feliz enquanto andava.

E isto é tão verdade que não estou a exagerar o quanto gostei das Filipinas e nem sequer fingirei que não houve momentos de tensão e lugares que apenas visitei porque pensei que seriam outra coisa.
Nem tudo correu bem. Numa viagem mesmo nem tudo corre bem. Mas ir. Ir. Ir. 
Sinto a necessidade de ver para saber e nunca me arrependi de constatar que não valerá a pena o esforço.
O erro é admissível e faz parte.
Não fazer é uma dor que não me larga.

Ela estava contente por voltar a casa e apesar de confiar no que lhe digo - porque digo sempre a verdade - viu, ao vivo e a cores, que é mesmo isto que eu queria fazer. Bater os pés na terra. Andar em transportes públicos. Comer onde comem os locais. Fugir dos pontos onde todos os turistas se encontram porque o país está noutro lado.

Nada tenho contra Portugal. Portugal é um bom lugar para se viver. O problema não é Portugal.
...o problema sou eu.
Eu quero ir. Eu quero sempre ir.

5 Comments:

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