Uma Conversa Imaginária
(...)
Pá...dizer que não tenho nada é exagerado mas dizer que tenho também é capaz de ser.
Quando ouço alguém dizer que tem alguma coisa parece passageiro e não estou certo ser esse o meu caso.
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É difícil dizer.
Estou um bocado farto de tudo. No meu caso, estar contrariado é uma merda...
É óbvio que ninguém gosta de estar contrariado em lado nenhum e a fazer nada; é óbvio que as pessoas ficam com mau feitio quando as coisas não estão a correr como elas querem.
Dá-se que além de o meu feitio ser um bocadinho pior do que o da generalidade das pessoas, quando estou contrariado começo a sofrer fisicamente. Não tenho, por exemplo, a certeza se me doem os dentes ou se imagino que me doem os dentes...não sei mesmo!
(...)
Não.
Tu és das poucas coisas de que não estou farto.
É natural que aches isso. Eu, provavelmente, acharia o mesmo. Mas não de podes esquecer, agora, de tudo o que sou e do que fiz: eu não te minto. Se estivesse farto de ti, dizia.
(...)
Por vários motivos.
Um deles é que acho estúpido. Detesto gente que se queixa. Tudo tem solução. Chorar, não resolve merda nenhum.
Outro é que tu tens acesso directo ao que penso ou estou a pensar; quer se me perguntares quer se fores ler a porcaria do blog.
(...)
Pá...eu sei que é injusto. Ou melhor: não sei se é justo ou injusto.
Será injusto se eu usar o que por lá escrevo como uma carta ou uma forma de te contar merdas. Isso não acontece.
Não é injusto se eu não usar aquilo para nada nem te pedir que andes a controlar o meu estado de espírito por lá.
...o que acontece, e é fácil de perceber, é que há assuntos que eu não consigo abordar e outros que não sei, sequer, como se abordam do nada nem como se chega lá.
(...)
Então: do nada, vou começar a falar de um potencial ateísmo e de como isso se relaciona com o meu dia-a-dia? Muitas das vezes - ou as mais das vezes - eu nem sei que vou lá chegar quando parto.
Vou arrancar com a forma como a queda do Muro de Berlim poderá ser a explicação para as guerras civis que começaram a grassar por África ou ajudaram a desregular os direitos humanos?
...ou pior! Queres que me ande a queixar, como uma pêga, de estar preso a uma situação que não me agrada e não fazer nada quanto a isso?!
Não é a minha cena...
(...)
É. Eu só pareço um gajo simples porque ajo como se não ponderasse merdas. Porque sou rápido.
Eu não sou simples.
Eu não sou fácil.
Parece relaxado ser-se como eu...mas não é.
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