Monday, November 26, 2018

Segurança

Pareço impulsivo mas não sou.
Pareço ser insensível ao perigo mas não sou.
Pareço nada temer mas temo.

Avalio, constantemente, os riscos que me rodeiam e ando sempre se antenas no ar.
Por exemplo:
terei cuidado nos transportes e nas ruas por onde ando mas apanharei os transportes e andarei nas ruas. É certo que algumas terão pior aspecto mas vejo, sempre, onde está a rua principal e o tipo de comércio existente nesta artérias com pior aspecto.
Andarei de costas direitas e cabeça levantada como se conhecesse e se tiver dúvidas não as demonstrarei, parece sempre que sei o caminho, coisa que raramente acontece porque o meu sentido de orientação é péssimo.

Avalio a situação e o risco e decido se é aceitável ou não.
As mais das vezes, entendo-o como aceitável.

Ela e outras pessoas têm muito mais medo do que eu mas, depois, não entendem bem os riscos. É esquisito.

Quando em Manila, a irmã dela - e Ela também - acharam que eu deveria andar com a minha máquina fotográfica na mão, como de costume, porque estava a perder muitas fotografias.
Estavam certas mas o que se passa é que o sítio era estranho e escuro e se eu não tenho medo, em geral, também não tenho vontade de me pôr a jeito.
...e ambas têm medo da própria sombra mas atrair risco desnecessário é um conceito que não dominam.

Ainda mais ou menos no mesmo assunto, Ela perguntou-me por que não estás a tirar mais fotos a pessoas, como costumas?! ao que respondi com a crueza com que entendo o Mundo:
Repara...eu não sei o quanto posso ofender as pessoas daqui com o meu comportamento e não quero ofender ninguém. Por princípio, tento respeitar a cultura onde estou metido mas, acima de tudo, gosto de sair dos sítios vivo.
Nós estamos no fim do Mundo - Roxas, em Palawan - pelo que, correndo mal, fazem-nos desaparecer e nunca mais somos encontrados. É preciso ser respeitador e ter cuidado.

...e, diga-se, nem próximo de ameaçado me senti em lado nenhum mas tenho o máximo cuidado para não dar azo à Lei de Murphy.

Não há nada que aprecie mais do que viajar e, por isso, já o fiz algumas vezes. Já tenho alguma experiência. 
Viajar é espectacular mas pode, muito facilmente, dar merda.

Isto liga-se ao que penso da questão da emigração: eu nada tenho contra a emigração mas os emigrantes têm de se adaptar ao país para onde querem ir e não o contrário.
Se nós, europeus, não podemos andar de cara tapada na rua os emigrantes não podem usar burqa.
Se nós, europeus, não podemos desposar crianças de 12 anos os emigrantes também não o poderão fazer.

Se se quer estar em casa de alguém respeitam-se as regras. Se não forem respeitadas, deveremos ser postos porta fora.

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