As Escritas e Eu II
Hoje (porque nesta fase do ano as coisas estão sempre mais calmas) dei uma vista de olhos ao que andei a escrever aqui nestes últimos 2 meses.
A muitos níveis as verdades (minhas) aqui reveladas são até uma surpresa para mim.
Da forma como escrevo este tipo de coisas acontece com alguma frequência e com alguma facilidade.
Não releio nunca o que escrevo antes de lançar pra rede, não corrijo nunca o que faço, penso muito pouco no que estou a escrever.
Parece-me (saber nem sei...e nem me preocupa) que a minha forma de mandar prás teclas o que me ocorre é visceral, intensa e directa.
Não faço concessões de estilo, não me preocupa assolapadamente (ou nada mesmo) o que acharão ao lerem (se lerem)... É o que é da forma que é.
De algumas coisas que li, porque não li tudo, pareceram-me demasiado agressivas, demasiado escuro, demasiado sanguinárias, no entanto, em resumo, são eu demais.
Como não faço particular questão em agradar ou ser prazeroso aos olhos de quem por aqui eventualmente passará, não tenho qualquer filtro. As emoções saem da forma que bem entendem, tanto os beijos (menos...é verdade) como os murros (mais...é verdade).
Não que veja na escrita um escape, não é isso... vejo na escrita um barco sem leme e que, além de não o ter, o dispensa.
Não tenho de chegar a lugar nenhum nem de me explicar e nem sequer de me fazer entender.
Quantas vezes tenho uma ideia de um assunto de que sinto necessidade de escrever e depois sai uma coisa absolutamente diferente da que tinha pensado.
Muitas vezes sai um texto desgarrado e multidireccionado....mas assim também é a minha cabeça.
Eu não sou alienado, nem mental nem socialmente, tenho aquilo a que se poderá chamar uma profissão de respeito, misturo-me com a multidão mas nunca me confundo com ela. Mesmo nas alturas (raras mas existentes) em que me sinto à deriva não me agarro às margens, prefiro encalhar e deixar que as marés me tirem dali....as maré, não os marinheiros.
Sou fogo....umas vezes aqueço e outras vezes queimo.
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