You Will Never Walk Alone
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Um dia destes estava a ver um tipo a dar uma entrevista na televisão sobre um irmão que tinha acabado de perder.
Vi-me muito no tipo de relação que eles tinham, achei coincidente em imensos pontos e aquilo abalou-me.
Poucas (quase nenhumas) coisas são capazes de me fazer sentir o peito a apertar, não sou muito sensível às estórias de vida á la TVI. Acho uma coisa suja, uma busca de audiências pelo sofrimento alheio e o sujeitar de humilhação pública por 10 minutos (ou menos) de mediatização.
O caso de que falei no início em nada se assemelha a isso.
Em primeiro lugar porque o tipo que falava é rico e extremamente mediático e em segundo lugar porque não foi uma tentativa de comiseração nacional mas antes uma homenagem.
Ora, a última vez que os irmãos se falaram, um deles sai do elevador e diz:
"Tu tens ideia do quanto eu gosto de ti?"
Ao que o outro respondeu:
"Claro, eu gosto de ti da mesma maneira..."
A minha questão é se alguma vez serei capaz de fazer uma coisa parecida.
Eu sei (e tu que estás a ler ficas a saber também) que não há sacrifício que o seja de facto se for pra proteger quem vive literalmente em mim.
Eu sei (e tu que estás a ler ficas a saber também) que não existe mais nada nem ninguém que calcorreia essa terra por quem nutra sentimento tão puro.
Eu sei (e tu que estás a ler ficas a saber também) que não sinto a falta de mais ninguém quando estou longe de casa.
Nós sabemos, mas será que algum dia essas palavras sairão da minha boca pra quem as devia ouvir?!
Não fui educado para dar beijos mas para evitar que de quem eu gosto leve socos.
Declarações de amor sinto-as mas não as faço e isso nunca me incomodou...a não ser no caso, porque não quero nunca que passe em claro...
Não quero bater as botas amanhã e que as pessoas fiquem sem saber pra que lado bate o meu coração...
Bem...pelo menos eu e tu que estás a ler sabemos...já não é mau de todo...
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