Monday, November 20, 2006

E Se?



Sempre me fez alguma confusão o facto de ser a sociedade e meia dúzia de dogmas a decidir o que é a virtude.
Estava a ver o Angels In America (muito bom) e um tipo foi crucificado por todos (além das personagens e ele próprio, acredito pelos que viram a série também) porque quando descobriu que o tipo com quem vivia (sim...eram gays) tinha SIDA o abandonou.
O sistema de virtudes é altamente castrador e laico.
Este, o que abandonou o amigo, decidiu que era demais pra ele aguentar um tipo moribundo (não foi bem isto que aconteceu mas é bem melhor pra exemplificar o que quero) e desperdiçar o tempo que tinha por aqui.
Ora, se esquecermos que existe (?) um céu e que existe (?) uma coisa chamada castigo divino, não terá ele feito muito bem?!
O pessoal tem um determinado tempo pra fazer o que tem vontade e gozar estas férias terrenas, se não existir o temor de ir para o inferno a tendência é para pecar como se não houvesse (e se calhar não há mesmo) amanhã.
Quando alguém morre é admirado pelo bem que fez e tal... mas não seria melhor pro defunto ter vivido uma vida de putaria e alcool e todas as drogas conhecidas ao homem? Será que para ele, que agora definha no caixão, não teria sido muito mais divertido?
O melhor para os outros está, eventualmente, no oposto do que é melhor para nós.
A virtude é de mim para mim ou de mim para os outros?
Querem-me convencer que os outros decidirão o que fiz de bom e de mau...mas e se eu estiver mais preocupado com o que eu acho?
Serão tão quentes assim as chamas do Inferno? Se existirem...

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