Insuficiências
Mas... tu aguentas mesmo tudo aquilo que dizes?!"
Também eu, poucas vezes é verdade, tenho dúvidas quanto à solidez das minhas estruturas e à força real e não aparente.
Tenho o péssimo hábito de ganhar. Péssimo porque nunca me preparo para uma derrota, péssimo porque a descida ser-me-á muito mais dolorosa quando acontecer, péssimo porque não sei o que irá acontecer...e gosto sempre de saber como reagirei às circunstâncias.
Pra mim tudo é um jogo.
Quer dizer isto que tudo mas TUDO tem um vitorioso e um derrotado.
Sou extremamente competitivo e é isso que me serve de gasolina, mais que o dinheiro, mais que a aceitação e mais, até, que ter alguém do meu lado pra preservar.
Na verdade, os meu movimentos são tão bruscos que são difíceis de acompanhar por alguém que tem de se adaptar e não tem sequer tempo.
Quando dá conta, o comboio está em movimento e se não correr para o apanhar ele já foi....porque parar o comboio não pára, porque esperar o comboio não espera.
Já ouvi várias vezes "mas tu não tens de ser assim...precisas de te abrir"
Mais engraçado do que ouvir isto, porque é reflexivo e já nem é pensado, é momentos depois a mesma pessoa precisar que eu seja novamente a pedra insensível e a fortaleza inviolável.
Quando as coisas estão a correr bem, ela (a pessoa) quer que eu seja mais acessível e que esteja mais em contacto com os meus sentimentos e que seja mais afável...
Quando as coisas estão a correr mal, ela (a pessoa) quer que volte a movimentação imparável e a indiferença férrea e a capacidade de não me deixar abalar.
Não estou ao serviço de ninguém.
Não sou um brinquedo de "liga desliga".
Não consigo ser o cordeiro e o lobo em função de "discos pedidos".
Não dispo a armadura para a vestir momentos depois porque além de dar muito trabalho pode vir naquele preciso momento a bala fatal.
Não me entendem e nem o peço.
Quem quer quer e quem não quer não precisa de querer.
A pureza está na aceitação e não na vontade de querer aceitar.
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