Saturday, November 25, 2006

Surpresas

.
Confesso que sou um observador atento das pessoas.
Além de gostar de as observar, não no sentido voyeur de lhes procurar os segredos e as inconfidências mas antes de apenas as ver, sou um admirador.
De tanto ficar parado de olhos nos movimentos, aprendi que as características não variam tanto quanto isso e as combinações das mesmas também não. Uma característica, normalmente, é suficiente para entender metade do quadro, ao bom estilo do fio que se puxa e do novelo que se desenrola.
Raramente me aparece alguma coisa que eu tenha interesse em entender e não entenda.
Quando isso acontece o meu interesse agudiza-se e a minha mente desperta.
Tipo: "Ah?! Quê?!"
Não sei porque alguém se priva do que realmente quer, não sei porque razão se prefere o nada a alguma coisa (quando o tudo é fisicamente impossível), não sei porque uma acidez latente e violenta me sabe a doce quando me toca os lábios, não sei porque motivo os dias se sequenciam e continuo a boiar em alto mar.
Poder-se-á dizer que é a aparição de alguém tão imprevisível como eu (se bem que a minha imprevisibilidade é, para mim, altamente previsível).
Poder-se-á dizer, também, que a minha aleatoriedade só o é comparativamente à maioria e se torna linear quando o termo de comparação muda.
Poder-se-á, ainda, dizer que existem pedras com mais faces que eu.
"Mas porque te preocupas tu com isso?!"
Bem, não é preocupação e nem mesmo vontade de entender.
Tributo também não é pelo simples motivo que não os presto.
É a constatação de que a alegria da diversidade ainda existe e que no arco íris ainda há espaço para o cinzento...se for esse o caso.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home