Mal como Bem
Acho engraçado como o atactivo se torna repelente.
É muito comum, por exemplo, que um homem se sinta atraído por uma mulher quando a vê com um decote vertiginoso vestido (eu também, no entanto, nunca encaro uma semi nua como um envolvimento sério...e nem nunca foi. Se for preconceito, seja!).
Depois de a sacar e, eventualmente, ter uma relação mais séria com ela, a fonte de atracção transforma-se em fonte de atrito.
"Onde pensas que vais com esse decote?!"
As mulheres, tanto quanto percebo e assumo que percebo pouco, não se sentem atraídas (no sentido de relacionamento pelo menos) por uma t-shirt justa e nem por um braço definido.
Parece-me que se sentirão atraídas, isso sim, pela força de carácter de um tipo, pela segurança que transmite.
Pois bem... isso transforma-se em problema.
A independência demonstrada, a segurança em saber que resolve os seus próprios problemas torna-se, passada uma determinada fase, um problema.
Não partilho os meus problemas.
Não preciso nem peço ajuda.
Desenrasco-me sozinho porque sei, à partida, que ninguém me pode ajudar.
Depois vem o discurso que muda de pele mas não de tom.
As palavras saídas de bocas diferentes mas vestidas com a mesma roupa.
"Mantens-me afastada... não partilhas nada comigo... e eu sei que precisas!!"
Foda-se!!!!
A minha necessidade, se não única a mais premente, é saber que se precisar a pessoa está lá, ainda que seja altamente provável que não precise.
Quando as merdas não estão alinhadas quem deveria ser respeitado é quem as tem fora do alinhamento, no entanto, o problema vira ao contrário (ou é mais um), a outra pessoa sente-se desmerecida.
A falta de muletas que a atraiu agora torna-se o espinho na pata do leão.
Depois, quando a minha (pouca) paciência se esgota passo a ser rude porque termino com "é assim e pronto!!!" quando já não tenho mais o que dizer.
O que se pretende não é ajudar e nem partilhar.
O que se pretende é sentir-se importante.
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