Tuesday, February 20, 2007

Entre Escombros


A escolha condiciona o caminho.
Não há uma vontade nem uma alegria em seguir a sinalização ou desrespeitá-la, há, isso sim, uma necessidade de manter o movimento porque de árvore tenho pouco e dificilmente teria raízes suficientemente fortes para me alimentar num mesmo lugar.
Existem sons perdidos na memória que, volta e meia, ressurgem e não consigo, no momento em que os ouço, identifica-los.
Não sei se será uma barreira levantada ou se o pó que acomulam com o tempo lhes altera as sílabas.
O que sei, isso sim, é que não gosto de os escutar... fantasmas são a pior espécie de meia lembrança que há.
O que eu gostava (e muitas vezes consigo) é que depois de optar por uma determinada estrada, a outra que poderia ser escolhida, se transformasse de imediato em parede.
Não sei andar para trás e, como tal, de nada me adianta que outro caminho esteja desostruido. Então, prefiro que desapareça para não ter a tentação (que nunca é mais que isso) de pensar que nem todas as minhas escolhas são acertadas.
Ando, contrariamente ao normal, a ter sonhos recorrentes.
Sonhos que me aparecem a maioria das vezes quando estou acordado mas, e isso é verdadeiramente novo, que também já me aparecem quando durmo.
Não acredito em balelas metafísicas nem em pronuncios e nem em profecias, no entanto, estes sonhos andam-me a deixar tenso.
Quase me parecem avisos (em que não acredito) e mensagens subliminares e nada subtis (em que, também, não acredito).
Entretanto, a Cassia Eller continua, sabiamente, a dizer-me Leve o Mundo que eu vou já.

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