Melhor Falar....
Melhor falar do que ficar de boca fechada quando o deambular dos olhos e das mãos querem dizer o que o cérebro teima em impedir.
É na imperfeição da incontinência que mora a verdade que se esconde por baixo da pele.
É no olhar que bate no chão, nas mãos inquietas, no olhar vazio, nas mãos atras das costas, no olhar para cima, nas mãos fechadas e coladas ao corpo, no olhar para o lado e nas mãos abertas pousadas uma sobre a outra.
Não, os meus olhos não são o espelho e muito menos as janelas da minha alma, os meus olhos são verde mar e não negro escuridão.
Até o pincel que deu cor ao meu olhar sabia, antes mesmo de me perguntar ou sequer de me conhecer, que nada em mim nasceu para ser transparente e nem revelador do turbilhão descendente que o meu corpo encerra.
As pequenas partidas que nos pregam são um pouco isso... a determinação anterior de um mal ou de um bem eventualmente desenhado numa folha branca que indiciará para onde o vento vai soprar.
Foram-me dadas asas mas, em contrapartida, fecharam-me numa caixa claustrofóbica que me impediu de as abrir e agora, que descobri a chave e que da cela saí, esqueci-me de como as poderei usar e de como as oferecer ao vento.
Não me construiram para beijar mas antes para bater.
Não é uma realidade triste nem um pesadelo transmutado em matéria, é o curso que antes me impuseram e que, quando a altura chegou, abracei.
Nenhuma lágrima morrerá porque nenhuma irá nascer.
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