Wednesday, March 14, 2007

Não.....ao Contrário...


Acusam-me frequentemente de ser aquilo a que vulgarmente se chama de "do contra".
Naturalmente, quem me acusa deste tipo de coisas terá, necessariamente, de estar próximo de mim porque é muito difícil um estranho ouvir a minha voz, quanto mais a minha opinião.
Resguardo as minhas forças para as pessoas com quem me preocupo.
Num esforço de racionalização, que nasce conforme estas linhas vão escorrendo, não me sinto do contra.
Melhor dizendo, eu contrario mas não sou do contra, não é o contrariar que me dá prazer.
Pouco tenho contra qualquer conclusão a que alguém chegue, ainda que a tenha por errada. Não é isso que move o meu espírito de contrariar.
O que eu quero, e luto por isso, é que as pessoas que me são queridas sejam esclarecidas quanto ao porquê de ali terem chegado.
Não é o que acham mas o porque acham.
Não é onde chegam mas porque chegam pelo caminho por onde vieram.
A forma mais fácil de dominar uma mente é fazê-la reagir e não agir.
Muitas das decisões que se encontram por aí são constrangidas por um qualquer factor.
Pode ser pela expectativa paternal, pode ser pela reacção a uma coisa que não querem, pode ser por ver outro fazer e achar que fez bem....milhares de impulsos.
Eu tenho pra mim, e é nisso que me têm por contrariador, que as escolhas e os ideais a defender têm de vir de um lugar heremeticamente fechado, sem vento e sem sol....tem de nascer da raiz e essa raiz tem de ser plantada pelo próprio.
Eu contrario porque quero que aquela pessoa perceba que os lados têm de ser escolhidos neuronalmente e não com a facilidade com que o coração bombeia sangue.
Eu contrario porque quero que a escolha de hoje seja a de amanhã e ainda que não seja que se saiba porque o foi na altura.
A culpa pode ser atribuida mas o resultado não.
Escolhe-se por isto ou por aquilo, culpa-se este ou aquele mas quem se fode é o próprio.
Constroi-te... é isso...

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