Retrovisor
Não gosto particularmente de retrovisores, por isso não olho pra eles enquanto conduzo.
Ao ideia de me lembrar de onde vim não me é apelativa e muito menos a ideia do que deixei para trás.
Muitas vezes sinto-me como o soldado que não olha para o que fez para evitar o trauma pós guerra.
Nunca fiz nada que me faça ter vergonha, aquela vergonha de ter feito mal a quem não merecia, aquela vergonha de ter sido, injustamente, um filho da puta.
Não olho para o retrovisor porque não quero ter dúvidas de ter acertado na escolha feita, exactamamente porque está feita e o arrependimento não mudará nada.
A minha segurança não é frágil mas tem a sua fraqueza como todas as coisas e criaturas.
Dia em que comece a duvidar do meu julgamento será dia em que hesitarei nas coisas que tenho de fazer e decidir...e isso não pode acontecer.
Venderia a minha consciência de bom grado...se tivesse quem a comprasse.
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