Ontem estava a pensar (ando com tempo demais entre mãos...e nem parece) que não me acho, por mim, particularmente voluntarioso e nem corajoso.
O meu instinto de alpha male e de protector da matilha nasce do facto de existir uma matilha.
O motivo pelo qual sou agressivo, quando necessário, impetuoso e feito de pedra é o meu presumir que tenho de ser assim por alguém...que não eu.
Penso de mim para comigo, muitas das vezes sem sequer notar, que só eu sou capaz de aguentar isto ou aquilo, que só eu poderei evitar que isto ou aquilo aconteça, que só eu poderei segurar o leme.
O resultado de todas estas presunções é que quem anda por perto de mim faz uma viagem com o maior conforto possível sem ter de se preocupar com a ausência ou existência de tempestades.
Em termos resumidos, se não sentisse esta obrigação seria um tipo bem mais tranquilo, afável e simpactico.
O mais estranho é que eu quero que as coisas assim sejam porque se fossem de uma qualquer outra forma tenho a certeza (não comprovada) que me sentiria profundamente inútil e, logo, triste.
O peso do planeta está plantado sobre os meus ombros e muitas vezes dou por mim a queixar-me disso, no entanto, não sei se queria que fosse de outra forma.
É uma existência bastante solitária esta minha.
Não porque não tenha amigos ou família ou gente que se preocupe comigo.
É solitária porque eu não partilho problemas nem sofrimentos e nem preocupações porque acho que são exclusivamente minhas e ninguém tem de se chatear com essas merdas além de mim.
Infelizmente, esta forma de caminhar entre os pingos da chuva é quase sempre confundida com falta de confiança e com afastar quem quer estar perto.
Não é isso que quero...mas menos que isso quero ainda explicar o que quer que seja.
Explicação é kriptonite neste meu mundo espinhos e escarpas.
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