Há uma vontade premente de ir.
Não sou de sentir vontades e, dentro do possível, não as concretizar.
Por um motivo ou por outro, por medo ou contingências, por querer e não querer, por sentir que devo ir e que devo ficar, nunca dei o passo de, como quero, partir.
Uma outra questão extremamente relevante é que não sei para onde quero ir, o que sei é que não quero ficar.
Numa cabeça como a minha, isso não faz qualquer sentido.
Numa cabeça como a minha, é, no mínimo, ridículo querer fazer alguma coisa sem qualquer projecto envolvido.
Numa cabeça como a minha, é inconcebível ter perdido anos e anos da minha vida a estudar e, agora que faço aquilo para que trabalhei, abandonar tudo a troco de nada.
As minhas batalhas internas são fraternas e nem por isso menos sangrentas (o eterno é cansativo ser-se eu), sou construido na emoção mas profundamente regido pela razão.
Há dias em que me parece que não vou aguentar e me sinto contrariado na essência, chega a ser uma dor física.
Nesses mesmos dias, em momentos de clarividência (ou de medo ou de consciência ou de realismo ou de outra merda qualquer, pouco importa), torna-se impossível explicar porque me sinto amarrado e pareço, aos meus olhos, ridículo.
Um dia desses, suponho, o meu pistão vai colar e mando mesmo tudo com a puta que pariu e como não sou de voltar atrás, vou pagar o preço das minhas vontades.... só espero que não seja alto demais.
Um dia desses visito a Patagónia e acho que não volto.
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