Tuesday, May 08, 2007


Há uma vontade premente de ir.
Não sou de sentir vontades e, dentro do possível, não as concretizar.
Por um motivo ou por outro, por medo ou contingências, por querer e não querer, por sentir que devo ir e que devo ficar, nunca dei o passo de, como quero, partir.
Uma outra questão extremamente relevante é que não sei para onde quero ir, o que sei é que não quero ficar.
Numa cabeça como a minha, isso não faz qualquer sentido.
Numa cabeça como a minha, é, no mínimo, ridículo querer fazer alguma coisa sem qualquer projecto envolvido.
Numa cabeça como a minha, é inconcebível ter perdido anos e anos da minha vida a estudar e, agora que faço aquilo para que trabalhei, abandonar tudo a troco de nada.
As minhas batalhas internas são fraternas e nem por isso menos sangrentas (o eterno é cansativo ser-se eu), sou construido na emoção mas profundamente regido pela razão.
Há dias em que me parece que não vou aguentar e me sinto contrariado na essência, chega a ser uma dor física.
Nesses mesmos dias, em momentos de clarividência (ou de medo ou de consciência ou de realismo ou de outra merda qualquer, pouco importa), torna-se impossível explicar porque me sinto amarrado e pareço, aos meus olhos, ridículo.
Um dia desses, suponho, o meu pistão vai colar e mando mesmo tudo com a puta que pariu e como não sou de voltar atrás, vou pagar o preço das minhas vontades.... só espero que não seja alto demais.
Um dia desses visito a Patagónia e acho que não volto.

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