Thursday, June 14, 2007

Queda de Um Anjo

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Não sou uma pessoa iludida.
Como já aqui escrevi, creio que algumas vezes, não confio na natureza humana porque a entendo como sendo muito permeável à corrupção.
Fosse a corrupção a que me refiro a de dinheiro e as coisas não seriam más de todo, pelo menos existiria uma explicação, ainda que inaceitável.
Infelizmente, a corrupção é a todos os níveis.
A carne é fraca, o espírito é fraco, a espinha sofre, muitas vezes, de escoliose, os olhos vêm o que lhes interessa... nada escapa.
O que me leva à Queda do Anjo.
Ora, será, seguramente, difícil existir uma queda quando nunca antes aconteceu uma ascensão.
Os pedestais desta vida são ocupados com base numa pureza ou numa virtude que raramente existe.
Assim sendo, o que se julga um Anjo não o é e o que parece um pedestal não o será também.
A busca de uma matriz ou de um ídolo ou de uma referência faz esquecer a forma como se inicia o movimento de andar e limita os buscantes a procurar imitar a forma como se move quem anda, supostamente, à frente.
Os pés não são iguais, as pernas podem ser mais longas ou mais curtas, pelo que será impossível imitar uma passada durante muito tempo... cansa.
Não me falem deste ou daquele porque quero que esse e o outro se fodam.
Não é uma forma humilde de se andar, no entanto, é minha e não corro o risco de que as pernas não aguentem o percurso.
Se as gentes não andassem permanentemente a olhar para cima talvez vissem a aproximação do muro que se aproxima ao nível das águas do mar.
Eu não sou isto ou aquilo, sou apenas Eu.... e quanto a isso, pouco haverá a fazer.

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