Curva
Gosto, particularmente, como te caem da cintura.
Aquela queda que não é desgovernada mas que é vertiginosa, a cor que se desfaz das mãos e que pintam o rosto, o afunilar que enche a minha boca de saliva, a textura que sinto nos dedos ainda antes de a receber no cérebro.
Gosto, demais, do caminho que me guia.
É aquela interioridade que me chama, é o pedido das meu baixar, é o clamor dos meus lábios, é o instinto da minha língua, é o arrepio da minha espinha, é o calor do meu estômago, é o sangue dos meus olhos.
Gosto, também, de como me puxam.
São as duas numa só em cima dos meus ombros, é a jiboia que me espreme, é a humidade que escorre, é o apressar da respiração, é o olhar que dispara pró céu, é a boca que não se cerra, são os braços que se tornam pedra.
Gosta, mais, como me ordenam.
É a voz que se cala, são os musculos que segredam pra me afundar, é o ar que se escoa, é a explosão que se avizinha cada vez mais ruidosa, é o dançar dos cheiros, é a chegada do início, é o caminho percorrido sem mapa.
Gosto.....definitivamente, gosto!
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