Thursday, July 29, 2010

O hábito da mentira é tal que, por vezes, questiono-me se esta não terá, já, substituído a verdade.
Todos conhecemos a história da mentira repetida mil vezes e, mil vezes, pelo que vejo, é um número manifestamente inferior à quantidade de vezes que se repetem as ditas.
Repare-se, por exemplo, quantas vezes dizemos "olá" porque não conseguimos evitar que nos vissem. Quantas vezes dizemos que "está tudo bem" quando, de facto, não está.
Ok, são tudo exemplos de cortesias sociais, palavras pálidas que não terão, necessariamente, de ser levadas a sério. O problema é que de cortês passa a mecânico e de mecânico a natural e, neste simple gesto de mãos, a mentira (mesmo que inofensiva) torna-se verdade.

Infelzimente, não ficamos por isto.
Os homens (não todos mas acredito que a maioria, onde me incluo) estão geneticamente desenhados para mentir. Não quero com isto dizer que são de carácter duvidoso ou que mentem para magoar...na verdade, as mentiras masculinas, aquelas de que estou a falar e que não se estendem, a meu ver, à maioria das mulheres, são parvas.
Exemplo: Já me perguntaram a que horas tinha chegado a casa na noite anterior e eu respondi 4 quando, na verdade, eram 8. Já me perguntaram onde estava e com quem e eu respondi que estava noutro lado sozinho quando, na verdade, estava com a minha melhor amiga.
O que quero dizer? Que por um qualquer motivo que desconheço eu mentia. Mentiras parvas e sem importância mas, ainda assim, mentiras. Muitas das vezes dava por mim, depois, a pensar porque não tinha dito a verdade que teria exactamente o mesmo resultado da mentira.

(as mentiras das mulheres são infinitamente piores porque não mentem por mentir mas, para o caso, não interessa).

A indistinção entre a mentira e a verdade acaba por ser absorvida, acabam por ter ambas a mesma cor.
A dado momento, nem nós sabemos a diferença. Mentimo-nos e acreditamos na mentira que nos contamos.
Deixamos de querer o que queremos para o passarmos a querermos querer. O que nos dá prazer e o que necessitamos passa a correr na mesma estrada e, quando damos por isso (quando damos) fizesmo milhares de kilómetros no sentido errado porque não nos demos ao trabalho de olhar, com atenção, para as placas.

Não, não acho que os caminhos não tenham volta. Se lá chegámos de uma maneira haverá de haver uma outra para voltarmos.
O que pode acontecer é que enquanto fomos fizeram obras e já não reconhecemos tão claramente o pavimento. Mas, não desesperem!! Pode demorar mais mas, se tivermos vontade suficiente, voltamos!

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