As nossas cicatrizes mostram-nos um caminho.
Quando queimei as pernas em miúdo, por ter deixado cair-lhes a sopa em cima, aprendi que devo ter mais cuidade com o que está quente e, inevitavelmente, mais cuidado a comer a sopa.
Quando levei 8 pontos no tornozelo por ter pisado parte de um vaso escondido no meio de erva alta, enquanto corria, aprendi que devo ter mais cuidado onde piso, especialmente quando não consigo ver o chão.
Quando recebi não sei quantos pontos na testa porque tentei dar uma cabeçada num tipo e este, bem mais esperto que eu, baixou a cabeça, aprendi que temos de ter cuidado quando queremos magoar porque, algumas vezes, magoamo-nos a nós.
Exemplos destes poderia dar milhares e todos eles me foram úteis, foram avisos para evitar que algo de mal (e algumas vezes, de bom) me voltasse a acontecer.
Agora, as cicatrizes emocionais são bem piores. As cicatrizes emocionais encaminham-nos como uma mão cega; é como se estivessemos a escolher livres de condicionalismos sem, de facto, estarmos.
É muito estranho... é o mais próximo que encontro de forças sobrenaturais... até as descobrirmos.
Partilho com algumas pessoas cicratizes, deste segundo tipo, similares. Podem ter um desenho diferente mas radicam na mesma origem: o mau exemplo de relacionamentos afectivos a que fomos expostos.
É minha firme convicção que somos aquilo que somos por acção ou reacção: acção quando tentamos seguir aquilo a que fomos expostos (para o bem e para o mal) e reacção quando queremos fugir de exemplos que não pedimos ou escolhemos mas a que estamos expostos.
Há aqueles que, depois de verem como uma má relação funciona, tentam desesperadamente provar, a si próprios, que aquilo não lhes vai acontecer; assim, passeiam-se pela rua a olhar para eventuais sinais de felicidade eterna e perene; como sozinho a palavra relacionamento não faz qualquer sentido, estão sempre metidos num e dão corpo e alma para que a estrada se pavimente de amor e compreensão.
Querem muito aquilo com que sonham e não encontram obstáculo inultrapassável...até que batem na parede; querem o afecto que imaginam mas que desconhecem.
Há outros, contudo, que fazem exactamente o contrário. Hoje em dia, de acordo com as mais recentes trends, são aquilo a que chamam de indisponíveis emocionalmente.
Estes segundos não andam à procura de sinais pela rua, andam, isso sim, com os olhos enterrados no chão; como companhia é sinónimo de relacionamento, andam sozinhos.
Contrariando a postura dos primeiros, desconhecem o afecto com que outros sonham mas não se esquecem da falta dele; como animal ferido, não estão preocupados em encontrar o paraíso, estão, isso sim, preocupados em fugir ao inferno.
A virtude, como em tudo na vida, está no meio. A virtude está em saber quando aceitar e quando recusar mas poucos de nós nasceram para ser virtuosos.
Se há esperança para uns e para outros?
Sim.
Para uns, a esperança é que os sinais que procuram o sejam de facto; que revelem o que se lá pode encontrar, sem falsidade.
Para outros, a esperança é que alguém lhes levante a cabeça; que alguém esteja disposto a provar que acima deles há céu.
Quando queimei as pernas em miúdo, por ter deixado cair-lhes a sopa em cima, aprendi que devo ter mais cuidade com o que está quente e, inevitavelmente, mais cuidado a comer a sopa.
Quando levei 8 pontos no tornozelo por ter pisado parte de um vaso escondido no meio de erva alta, enquanto corria, aprendi que devo ter mais cuidado onde piso, especialmente quando não consigo ver o chão.
Quando recebi não sei quantos pontos na testa porque tentei dar uma cabeçada num tipo e este, bem mais esperto que eu, baixou a cabeça, aprendi que temos de ter cuidado quando queremos magoar porque, algumas vezes, magoamo-nos a nós.
Exemplos destes poderia dar milhares e todos eles me foram úteis, foram avisos para evitar que algo de mal (e algumas vezes, de bom) me voltasse a acontecer.
Agora, as cicatrizes emocionais são bem piores. As cicatrizes emocionais encaminham-nos como uma mão cega; é como se estivessemos a escolher livres de condicionalismos sem, de facto, estarmos.
É muito estranho... é o mais próximo que encontro de forças sobrenaturais... até as descobrirmos.
Partilho com algumas pessoas cicratizes, deste segundo tipo, similares. Podem ter um desenho diferente mas radicam na mesma origem: o mau exemplo de relacionamentos afectivos a que fomos expostos.
É minha firme convicção que somos aquilo que somos por acção ou reacção: acção quando tentamos seguir aquilo a que fomos expostos (para o bem e para o mal) e reacção quando queremos fugir de exemplos que não pedimos ou escolhemos mas a que estamos expostos.
Há aqueles que, depois de verem como uma má relação funciona, tentam desesperadamente provar, a si próprios, que aquilo não lhes vai acontecer; assim, passeiam-se pela rua a olhar para eventuais sinais de felicidade eterna e perene; como sozinho a palavra relacionamento não faz qualquer sentido, estão sempre metidos num e dão corpo e alma para que a estrada se pavimente de amor e compreensão.
Querem muito aquilo com que sonham e não encontram obstáculo inultrapassável...até que batem na parede; querem o afecto que imaginam mas que desconhecem.
Há outros, contudo, que fazem exactamente o contrário. Hoje em dia, de acordo com as mais recentes trends, são aquilo a que chamam de indisponíveis emocionalmente.
Estes segundos não andam à procura de sinais pela rua, andam, isso sim, com os olhos enterrados no chão; como companhia é sinónimo de relacionamento, andam sozinhos.
Contrariando a postura dos primeiros, desconhecem o afecto com que outros sonham mas não se esquecem da falta dele; como animal ferido, não estão preocupados em encontrar o paraíso, estão, isso sim, preocupados em fugir ao inferno.
A virtude, como em tudo na vida, está no meio. A virtude está em saber quando aceitar e quando recusar mas poucos de nós nasceram para ser virtuosos.
Se há esperança para uns e para outros?
Sim.
Para uns, a esperança é que os sinais que procuram o sejam de facto; que revelem o que se lá pode encontrar, sem falsidade.
Para outros, a esperança é que alguém lhes levante a cabeça; que alguém esteja disposto a provar que acima deles há céu.
2 Comments:
olá! vim agradecer teu comentário lá no blog. tenho que te ser sincera, não li tua postagem, pq neste momento estou mais dormindo que acordada, mas volto aqui mais tarde. de toda forma, fica gravada aqui a minha mensagem. É ótimo ver-te no meu blog.
Não precisas agradecer, passar e comentar o teu blog tem mais de egoista do que altruista (já me deu ideias e isso é-me muito útil). Vou continuar a aparecer lá, a menos que mudes a fechadura.
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