Wednesday, October 20, 2010

LUV

Não sou muito apreciador de histórias de amor. O que gosto mesmo é de histórias sobre o amor.
A diferença entre uma coisa e outra pode ser ténue ou até inexistente para muitos mas, para mim, é o mesmo que acontece quando um jantar está no ponto ou salgado; a diferença teórica não é muita, afinal, é apenas mais um punhado de pequenos grãos, mas a diferença prática é imensa.

Então, qual, aos meus olhos, a grande diferença?
Bem, uma história de amor é o resultado. É uma sequência de acontecimentos que apenas têm interesse porque desembocam num determinado ponto.
Uma história sobre amor é, basicamente, o inverso, em termos de foco de interesse. É o percurso e não o fim, o que torna tudo mais intenso, porque efémero, e realista, porque não tem de termina (e poucas vezes termina) em felizes para sempre.

A beleza do amor não está nos abracinhos ôcos ou nas vagas e aéreas declarações de sentimento. Sim, faz parte do quadro mas da mesma forma que o fundo de um quadro; está lá ao serviço mas não é o fundamento, não é o que levou o pintor a cria-lo.
Não, a beleza do amor é a sua tragicidade. Todos os amores são trágicos. Em último caso (o último dos últimos) o objecto do amor morre ou, então, morremos nós e a coisa acaba; aquela coisa que é tão intensa tem os dias contados, como a nossa vida... o para sempre não existe e ainda bem porque, caso existisse, passaria do arrebatador que é para o normal e ordinário de uma peça de louça em cima de um armário.
Não queremos perder e é isso que o alimenta.

Mais ou menos como isto,

http://www.youtube.com/watch?v=GfC6CCtZjxk

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