Tuesday, December 21, 2010

MaiseMaiseMaiseMais

Não tenho talento para milhares de coisas e, uma delas, é beber água.
Constatei, depois de anos do mesmo problema que nunca tinha identificado, que não me é possível beber água sem que alguma me escape da boca.

O movimento é constante: pegar numa garrafa ou num copo cheio (não sou de colocar só metade porque me parece sempre insuficiente, independentemente da sede que de facto sinta), puxá-lo em direcção da boca, abrir a mesma o mais que me for possível e despejar. Escancarar a boca, dilatar a garganta e atirar água lá para dentro.
Muitas das vezes fico cheio, muitas das vezes recebo mais do que preciso mas nunca mais do que o que quero porque, como em quase todas as pinceladas que vão tocando a tela, quero tudo, aguente ou não.
Então, como não podia deixar de ser, parte da água arremessada não encontra o espeço com a velocidade de que precisa e salta fora para, imediatamente, ser substituida por mais e mais até que a fonte seque.

Mais devagar, vai fazer-te mal ouvi mais vezes do que consigo contar mas, apesar de saber que a razão assiste a quem me avisa, nada muda: quero mais, quero tudo, quero agora!
E se a água acabar? Bem, isso não é um problema de monta, apenas terei de encontrar outra coisa para me invadir e não deixar nada de seco.
E se a água for excessiva? Bem, não é se for, é mesmo mas, por mais estranho que pareça, é essa incessante vontade que aproxima os temerários e afasta os audazes.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

This comment has been removed by the author.

4:50 AM  
Anonymous Anonymous said...

é querido, vida corriqueira de merda.

4:50 AM  
Blogger Kaiser Soze said...

há coisas piores, há coisas piores...

5:23 AM  

Post a Comment

<< Home